Gestão Bolsonaro na educação é pior da história, diz Priscila Cruz
A presidente-executiva da ONG Todos pela Educação, Priscila Cruz, avaliou, em entrevista ao site Poder360, que a gestão do governo do presidente Jair Bolsonaro (PL) na educação é "a pior da história". Ela destacou que o desempenho do governo na área da educação ficou marcado por "ministros ruins" e pautas ideológicas.
Posso afirmar como observadora e participante, alguém que vem acompanhando a educação pública brasileira e o Ministério da Educação há mais de duas décadas, que essa foi a pior gestão da história do país, não tenho a menor dúvida. A gente teve uma sequência de ministros que um foi sendo pior que o anterior. Então a gente teve ministros muito ruins, times lá dentro absolutamente pautados pela guerra ideológica, pela guerra cultural Priscila Cruz, presidente-executiva da ONG Todos pela Educação
Desde que Bolsonaro assumiu, em janeiro de 2019, quatro ministros já passaram pelo MEC (Ministério da Educação). Ricardo Vélez Rodríguez, o primeiro nome à frente da pasta, teve uma gestão de apenas três meses, também marcada por polêmicas.
No lugar dele, assumiu Abraham Weintraub, que deixou a função em junho de 2020, em razão da escalada da crise institucional causada por suas declarações contra ministros do STF (Supremo Tribunal Federal).
Com a saída de Weintraub, Bolsonaro anunciou o nome de Carlos Decotelli, que pediu demissão com apenas cinco dias no cargo, após denúncias de irregularidades em seu currículo.
Milton Ribeiro ficou na pasta até março deste ano, após a divulgação de um áudio em que ele afirma que o governo federal prioriza a liberação de verbas a prefeituras ligadas a dois pastores.
Ministério 'da reeleição'
Na avaliação de Priscila, o MEC foi transformado "num front de batalha" em que se busca a reeleição de Bolsonaro.
"Eu tenho dito isso há um tempo, o Ministério da Educação se transformou no ministério da reeleição. O tempo inteiro aquele órgão pensa em como fazer para que o presidente Bolsonaro seja reeleito", disse ela.
Segundo ela, o governo deveria ter trabalhado para garantir, junto a estados e municípios, um conjunto de políticas educacionais, como a expansão do tempo integral, conectividade e formação de professores, mas isso não aconteceu.
Ela avalia que o impacto da pandemia do novo coronavírus na educação foi ainda maior justamente pela falta de ações. "É como se a gente tivesse tido uma tempestade perfeita: pandemia mais governo federal que atuaram para fazer com que a gente tivesse esse impacto brutal na educação brasileira."
Apesar de dizer que já se sabe que o impacto da pandemia na educação é "gigantesco", Priscila diz que não é possível avaliá-lo por completo porque faltam dados. "O governo federal, que é quem faz tanto a avaliação da aprendizagem, quanto do censo escolar para sabermos evasão e outros indicadores, ainda não soltou esses dados. Passamos por 2 anos de pandemia e ainda não temos os dados de como está a educação brasileira", disse.
O UOL procurou o MEC sobre as declarações de Priscila e aguarda retorno.
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