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Covid: Fiocruz defende aulas presenciais e diz que 'escolas são seguras'

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) defendeu a manutenção das aulas presenciais nas escolas mesmo com a alta de casos de covid-19 - Wavebreakmedia/Getty Images/iStockphoto
A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) defendeu a manutenção das aulas presenciais nas escolas mesmo com a alta de casos de covid-19 Imagem: Wavebreakmedia/Getty Images/iStockphoto

Do UOL, em São Paulo

28/06/2022 09h06Atualizada em 28/06/2022 12h35

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) defendeu a manutenção das aulas presenciais nas escolas mesmo com a alta de casos de covid-19. Na cidade de São Paulo, um levantamento da Crece Central mostra que metade das escolas municipais suspenderam total ou parcialmente suas aulas entre 23 de maio e 15 de junho após o aumento de contágios.

Ontem (27), o Brasil registrou a maior média móvel de mortes desde 1º de abril. Em nota técnica, a Fiocruz diz que as escolas "não têm sido associadas a eventos de maior transmissão do vírus", mas recomenda medidas como o afastamento de positivados e de pessoas com sintomas respiratórios.

O documento foi elaborado por pesquisadores da Fiocruz, que fazem parte de um grupo dedicado a avaliar a doença nas escolas.

A detecção de casos nas escolas não significa necessariamente que a transmissão ocorreu nas escolas. Em sua maioria os casos são adquiridos nos territórios e levados para o ambiente escolar. Nesse sentido, a experiência atual, comprovada por estudos científicos de relevância, revela disseminação limitada da covid-19 nas escolas.
Trecho da nota técnica de pesquisadores da Fiocruz

Os pesquisados dizem ser possível afirmar que a transmissão de trabalhadores para trabalhadores é mais frequente do que a transmissão de alunos para trabalhadores, trabalhadores para alunos ou alunos para alunos.

A Fiocruz recomenda que medidas de proteção sejam adotadas em todos os ambientes escolares para reduzir a transmissão entre os trabalhadores.

Os pesquisadores ressaltam que protocolos para gerenciar os riscos devem ser revisados no inverno, quando as viroses respiratórias têm sua incidência aumentada. "Assim, atenção especial à ventilação dos ambientes, higiene das mãos e uso de máscara nos sintomáticos leves devem ser incentivados. Essas medidas são importantes para todas as viroses respiratórias".

"Medidas protetivas mais ou menos restritivas, como a recomendação do uso de máscara e limitações à realização de eventos escolares, devem ser adotadas de acordo com o contexto da transmissão comunitária", diz trecho da nota técnica.

'Brasil precisa avançar na vacinação'

A nota técnica da Fiocruz alerta que, em 21 de junho, o Brasil tinha 77,8% da população total com duas doses da vacina contra covid. Quando considerado a população elegível, pessoas acima de 5 anos, o percentual sobe para 85,5%.

No entanto, apenas 46% da população total completou o ciclo de vacinação com as doses de reforço. Entre as pessoas acima de 12 anos, o percentual é de 55%.

Na faixa etária entre 5 e 11 anos há cerca de 13 mil (63,69%) de crianças com a primeira dose e somente 7,9 mil (38,86%) com a segunda dose, "números aquém do necessário para uma imunização coletiva completa".

Segundo os pesquisadores da Fiocruz, essas informações revelam um maior risco para internação, gravidade e morte relacionadas aos não vacinados completamente. Eles também defendem a vacinação para bebês a partir de seis meses.

Apesar de a vacina não ser esterilizante, no sentido de eliminar o vírus completamente, além de proteger o vacinado contra as formas graves da doença ela reduz a carga viral do contaminado.
Trecho da nota técnica dos pesquisadores da Fiocruz

"É necessário um avanço nas taxas de vacinação, para que possamos proteger toda população e tentar reduzir a taxa de transmissão. O Brasil precisa avançar na vacinação para as doses de reforço para as populações mais vulnerabilizadas e definir a vacinação para a faixa etária acima dos seis meses, como forma de reduzir a carga viral circulantes nas escolas e em outros ambientes."