Impacto da pandemia no aprendizado foi menor que o esperado, diz educador
Em participação no UOL News, o professor da USP (Universidade de São Paulo) Daniel Cara afirmou que o impacto da pandemia de covid-19 na educação brasileira foi menor do que o esperado. Dados divulgados pelo MEC (Ministério da Educação) hoje apontaram que o percentual de alunos com níveis de alfabetização abaixo do esperado para a idade saltou de 15,5% em 2019 para 33,8% no ano passado.
"Analisando friamente os dados, a expectativa que se tinha na comunidade educacional era de uma perda muito maior de aprendizado por conta da pandemia", disse o professor.
Apesar de não considerar os dados tão assustadores, ele apontou que o maior prejuízo acabou sendo para os alunos em idade de alfabetização.
"O momento mais grave de prejuízo da pandemia foi em relação aos alunos do 2º ano do ensino fundamental, porque na prática foram alunos que foram alfabetizados durante a pandemia".
Daniel Cara também destacou que a defasagem na educação aconteceu em todo o mundo em virtude da pandemia, mas reconheceu que no Brasil pode ter sido um pouco maior devido a gestão do momento feita pelo governo.
"Aqui foi mais dramático pelo fato de que o Brasil abandonou o cuidado da população durante a pandemia e errou em termos epidemiológicos. O resultado disso foi que nós tivemos uma perda importante de aprendizado nas nossas escolas".
A situação, entretanto, pode ser revertida de acordo com o professor. "O que é importante frisar é que é possível reverter essa perda da pandemia. O esforço pós-pandemia precisa ser realizado e precisa de atenção dos gestores públicos".
'É possível reverter perda da educação da pandemia', diz professora
"A gente fez muitas análises no processo da pandemia que apontaram questões básicas para esse processo de reverter a situação. Inclusive, criticamos muito durante a pandemia quem tinha essa perspectiva catastrófica de irrecuperável. Dizer que não se pode recuperar um processo como esse é tirar a possibilidade de processo de formação para a vida que nós temos", disse a professora da UnB (Universidade de Brasília) Catarina de Almeida durante participação no UOL News.
Com base em diversos estudos, ela ainda apontou alguns dos caminhos necessários para se reverter a defasagem educacional.
"Diminuir os números de estudantes por sala, melhorar as condições das escolas, olhar para as questões sociais que esses estudantes estavam lidando, lidar com as questões de saúde física e psíquica, tudo isso é fundamental".
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