Regras do novo ensino médio ficarão de fora do Enem 2024, diz ministro
As mudanças previstas para o Enem não serão implementadas em 2024, segundo o ministro Camilo Santana. Antes, o objetivo era alinhar o exame ao novo ensino médio.
Não é só simplesmente chegar e revogar [o novo ensino médio], é preciso discutir. É isso que nós precisamos fazer. Espero que nesses 90 dias da portaria, a gente possa ter uma decisão e deveremos suspender qualquer mudança no Enem em relação a 2024 por conta dessa questão do novo ensino médio."
Camilo Santana, ministro da Educação, em entrevista do Diário do Nordeste
O que aconteceu
Em reunião nesta tarde, o MEC discute a suspensão do cronograma do novo ensino médio.
O cronograma previa, além das mudanças do Enem, a implementação total da reforma até 2024 nas salas de aula.
O novo ensino médio foi aprovado em 2017, durante a gestão Michel Temer (MDB), por meio de medida provisória. Desde então, há críticas sobre a proposta.
No mês passado, mais de 300 entidades assinaram uma carta pedindo o fim da reforma. O UOL conversou com professores que reclamam do modelo.
Com a pressão de diferentes atores, o MEC abriu uma consulta pública sobre o tema. Desde o início de sua gestão, Camilo destaca que a revogação total do modelo não é o caminho e afirma que houve falta de diálogo ao longo do processo no passado.
O que mudou com o novo ensino médio
A carga aumentou de 2,4 mil horas para 3 mil nos três anos.
Deste total, 1,8 mil horas devem ser dedicadas para formação geral, que são os conteúdos obrigatórios. As outras 1,2 mil horas são a "parte flexível".
Os itinerários formativos, que são a parte flexível do currículo escolar, têm sido os principais alvos dos debates.
O modelo aumenta desigualdades, segundo especialistas. Quem estuda em colégio particular pode ter mais opções do que alunos da pública.
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