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SP: Por que alunos e professores não querem reforma na rede? Veja 7 motivos

Alunos ocupam Escola Estadual Fernão Dias, em Pinheiros, contra a reorganização escolar - Lucas Lima/UOL
Alunos ocupam Escola Estadual Fernão Dias, em Pinheiros, contra a reorganização escolar Imagem: Lucas Lima/UOL

Do UOL, em São Paulo

25/11/2015 15h46Atualizada em 26/11/2015 15h40

A Secretaria da Educação de SP anunciou no fim de setembro que iria fazer mudanças na rede estadual de ensino, com os argumentos de que houve uma queda no número de estudantes nos últimos anos e que o ciclo único melhora o desempenho. A reorganização significa que as escolas vão atender prioritariamente alunos de um mesmo ciclo de ensino -- quem está no ensino fundamental, por exemplo, deve estudar em unidade diferente dos que estão no médio.

O problema é que as mudanças vão afetar diretamente a vida de 311 mil estudantes e vão resultar no fechamento de 93 escolas, que serão disponibilizadas para outras instituições, como prefeituras e o Centro Paula Souza. A secretaria garante que a finalidade, porém, deve ser a mesma: educação.

Assim que o anúncio foi feito, no início sem detalhamentos sobre como as mudanças deveriam ocorrer, professores, pais e alunos começaram a se manifestar contra a reorganização. Primeiro, foram os protestos e, desde o dia 9 deste mês, estudantes ocupam escolas em todo o Estado para tentar barrar os planos do governo.

Veja quais são as críticas à reforma da rede

  • Bruna Souza Cruz/UOL

    Reorganização vai fechar escolas

    A reforma da rede estadual vai fechar 93 unidades no Estado, incluindo escolas de tempo integral e outras com bom desempenho em avaliações de ensino. O governo alega que a reorganização permitirá aumento de vagas de ensino integral em 2016. Em Santos, a Defensoria Pública conseguiu uma decisão na Justiça contra o fechamento de uma escola referência no atendimento de alunos com deficiência. Leia mais

  • Daniel Sobral/Código 19/Estadão Conteúdo

    Alunos temem salas lotadas

    Apesar da Secretaria de Educação dizer que o número máximo por sala continua de 30 alunos para o ciclo 1 do fundamental, 35 para o ciclo 2 e 40 para o ensino médio, os alunos temem a superlotação das classes. Eles dizem que as escolas já existem salas cheias, o que poderia piorar com a chegada de estudantes de outras unidades. Leia mais

  • Bruna Souza Cruz/UOL

    Alunos não querem mudar de escola

    Segundo a Secretaria da Educação, 311 mil alunos serão afetados com a reorganização dos ciclos. Muitos, porém, não querem ser transferidos para outras unidades. A pasta diz que os estudantes não serão transferidos para escolas distantes mais de 1,5 km da atual unidade de ensino. Leia mais

  • Lucas Lima/UOL

    Pais e alunos temem queda na qualidade de ensino

    O medo das famílias é que os alunos sejam transferidos para escolas em que o ensino seja pior do que o da unidade atual. Outro temor é o de que as crianças estudem em regiões mais perigosas, caso dos estudantes de 11 e 14 que devem estudar na região da Cracolândia, no centro de São Paulo. Leia mais

  • Renato Mendes/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo

    A comunidade escolar diz que não foi ouvida

    Pais e alunos dizem que as medidas foram tomadas sem que houvesse um amplo debate com a comunidade escolar que será afetada pela reorganização. No último dia 14 de novembro, as escolas foram abertas para dar esclarecimentos aos pais, mas eles dizem que as medidas foram tomadas de forma autoritária. Leia mais

  • Cris Faga/Fox Press Photo/Estadão Conteúdo

    Professores e funcionários temem cortes

    A Secretaria da Educação informou que não haverá demissão de professores efetivos. A rede, no entanto, tem uma boa parcela de temporários, que não são concursados e podem ficar sem aulas. Além disso, os efetivos temem que as mudanças aumentem a distância e o número de escolas em que precisarão dar aulas. Leia mais

  • Erick Florio/Futura Press/Estadão Conteúdo

    Universidades dizem que mudança não garante melhora no ensino

    As faculdades de educação da USP (Universidade de São Paulo), Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) criticaram os planos do governo para o ensino paulista. Eles dizem que não há provas de que a organização das escolas por ciclo de ensino tenha impacto direto no desempenho dos alunos. Para os pesquisadores, a decisão tem cunha econômico, e não educacional. Leia mais