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Unifesp, USP e Unicamp repudiam reorganização da rede estadual de SP

Do UOL*, em São Paulo

20/11/2015 14h21

Professores da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) divulgaram uma nota em repúdio às mudanças na rede estadual de ensino anunciadas pelo Governo de SP em setembro. Desde o início da semana passada, a reorganização motivou uma série de ocupações de escolas em todo o Estado. Os estudantes pedem a revogação do plano, que vai fechar mais de 90 escolas.

Em nota divulgada no site da instituição na quarta-feira (18), professores disseram a mudança está afetando de forma negativa estudantes, famílias e de profissionais da educação. Eles também criticam a presença da PM em escolas ocupadas.

"A mudança está baseada em um palpite do atual governo de que escolas organizadas em diferentes ciclos de ensino apresentam melhores indicadores educacionais e melhor desempenho dos alunos. Essa visão unidimensional do processo educativo já foi devidamente rechaçada por inúmeras pesquisas da área, que demonstram ser a qualidade da educação um fenômeno multideterminado", afirmam.

"Não surpreende que a sociedade esteja se manifestando contrariamente a essa medida, entre outros motivos, pelas consequências nefastas que promove, como o fechamento de turmas e escolas, a dispensa de pessoal, a separação de irmãos, a distância e dificuldade de deslocamento e transporte para novas escolas impostas às famílias", diz outro trecho da nota.

Outras instituições

Nesta semana, a Faculdade de Educação da USP (Universidade de São Paulo) repudiou, em nota, o programa de reorganização escolar do governo Geraldo Alckmin (PSDB). A Unicamp já havia publicado posicionamento similar anteriormente. O texto, assinado pela Congregação da faculdade, instância máxima, afirma que a política adotada tem uma "intenção irresponsável de economia de gastos públicos".

Os docentes da USP afirmam que as medidas mostram "descaso" e "desrespeito às crianças e aos jovens". "Mudanças na organização da educação do Estado só devem ser implementadas após debates amplos", completa.

*Com informações do Estadão Conteúdo