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Estudantes de SP contra reorganização liberam pista para palmeirenses

Lucas Rodrigues

Do UOL, em São Paulo

02/12/2015 18h06Atualizada em 02/12/2015 22h25

Os estudantes que fecham o cruzamento das avenidas Henrique Schaumann e Teodoro Sampaio, na zona oeste de São Paulo, em protesto contra a reorganização escolar abriram uma exceção e liberaram a passagem para torcedores do Palmeiras por volta das 17h45. Nesta quarta-feira (2), acontece a final da Copa do Brasil, disputada entre o time e o Santos.

"Eu fiquei com medo de não chegar a tempo. Saí mais cedo de casa e fiquei preso no protesto. Desci do carro para tentar liberar a via", disse o torcedor Pedro Rodrigues, 20. "Acho que não tem lugar certo para protesto. Eles estão no direito deles", acrescentou.

"Sou a favor do protesto contra a reorganização, mas acredito que aqui não é o lugar certo para isso. Não é o centro. Eles poderiam fazer na frente do Palácio dos Bandeirantes. Se eles não saírem logo não sei o que eu faço. Não vou largar o meu carro aqui", afirmou o estudante de economia Ricardo Brandão, 21.

Protestos e detidos

Quatro pessoas (dois adolescentes e dois adultos) foram detidas na manhã desta quarta-feira (2), durante um protesto contra a reorganização escolar estadual, na avenida Dr. Arnaldo, região central da capital paulista. Os manifestantes interditavam as quatro faixas da via, no sentido centro, e foram retirados à força pela Polícia Militar.

Na noite de ontem, outras quatro pessoas foram detidas durante um ato na avenida 9 de Julho. Os alunos bloquearam por quase três horas as duas pistas da avenida e, por volta das 21h, quando a polícia tentou liberar o trânsito na avenida, houve confusão. Os policiais jogaram spray de pimenta e bombas de efeito moral contra os manifestantes. Para impedir o avanço da tropa, os alunos fizeram barricadas com sacos de lixos e caixas de papelão.

Reorganização

A reorganização da rede estadual de ensino foi anunciada pela gestão Geraldo Alckmin (PSDB-SP) em setembro. A medida fecha 93 escolas e reorganiza as restantes por ciclo único. Deste modo, estudantes do ensino fundamental ficam em unidades diferentes do ensino médio. 

Desde o anúncio da reorganização, alunos, pais e professores têm realizado protestos em vários pontos do Estado. Eles argumentam que o objetivo da reestruturação é cortar gastos e temem a superlotação das salas de aulas, além de alegarem a ausência de diálogo durante o processo. Cerca de 200 escolas estão ocupadas por estudantes.