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Em assembleia, alunos da Unicamp decidem desocupar reitoria

Do UOL, em Campinas

16/10/2013 15h37

Após mais de duas horas de assembleia, os estudantes da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) decidiram nesta quarta-feira (16) desocupar a reitoria da universidade na próxima segunda-feira (21). A ocupação começou no dia 3 de outubro, os alunos protestavam contra a entrada da PM (Polícia Militar) nos campi.

Na última sexta-feira, em uma reunião com os alunos a reitoria da Unicamp decidiu voltar atrás e rejeitar a presença da polícia no ambiente universitário.  A autorização para que a PM patrulhe os campi havia sido dada em 27 de setembro, seis dias depois da morte do universitário Denis Papa Casagrande, 21, durante uma festa clandestina realizada dentro da Unicamp. Ele levou quatro facadas. Três pessoas foram indiciadas pelo crime.

O DCE (Diretório Central de Estudantes) se comprometeu a entregar a reitoria limpa e pagar qualquer prejuízo material causado pela ocupação do prédio nesse período. Após a devolução, a reitoria fará uma "vistoria de praxe com as partes envolvidas".

"Os estudantes votaram pela desocupação na próxima segunda-feira. Assim, teremos tempo de fazer a limpeza e, principalmente, de convocar todos os institutos para um grande ato pela Unicamp no dia da desocupação", afirmou Lígia Carrasco, da comissão de negociação dos ocupantes. 

A Justiça havia determinado no dia 4 a reintegração do prédio. Na data, a Unicamp justificou o pedido à Justiça "pela ausência de diálogo por parte dos invasores".

PM na USP

Em 2011, alunos da USP ocuparam a reitoria da instituição contra a presença da Polícia Militar no campus no Butantã e contra processos administrativos envolvendo funcionários da USP. Os estudantes foram retirados do local depois de uma decisão da Justiça e cerca de 70 alunos foram detidos.

À época, a presença da PM entrou em debate após a morte do estudante Felipe Ramos de Paiva, em maio daquele ano. Quatro meses depois, o reitor, João Grandino Rodas, e o governador Geraldo Alckmin (PSDB) assinaram um convênio, autorizado pelo Conselho Gestor do Campus, para regulamentar a atividade da PM na USP.

No último dia 1º de outubro a reitoria da USP voltou a ser invadida por estudantes que desejavam participar da reunião do Conselho Universitário em que foram decididas mudanças no processo de escolha do reitor. Os universitários pedem eleições diretas, voto paritário e o fim da lista tríplice na eleição para reitor.