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Por conta da greve, UFMG adia início do semestre letivo por três semanas

Carlos Eduardo Cherem

Do UOL, em Belo Horizonte

30/07/2015 19h00Atualizada em 30/07/2015 19h20

Com 33.242 alunos sem matrículas até agora, em 76 cursos de graduação, o conselho universitário da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) decidiu no começo da noite desta quinta-feira (30) adiar por três semanas o início das aulas do segundo semestre letivo.

As aulas começariam em 3 de agosto, mas foram transferidas para o dia 21. Em nota, o reitor da UFMG, Jaime Ramirez, afirmou que a decisão vai permitir que o semestre letivo termine e comece em 2015.

Pela manhã, uma assembleia de técnicos administrativos da universidade, realizada no campus Pampulha da UFMG, acatou o argumento levado pessoalmente pelo reitor de que não fazer as matrículas a partir de segunda-feira (3) faria com que o semestre letivo terminasse somente em 2016.  Os trabalhadores, assim, aprovaram o retorno às suas atividades nesse dia. Mas, de acordo com o Sindifes (Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino), mesmo com o acordo para o retorno das atividades na UFMG, a categoria continua em estado de greve. O movimento de paralisação teve início em 28 de maio.

Ainda de acordo com o sindicato, os trabalhadores aguardam um posicionamento do governo federal sobre as reivindicações do movimento. Na próxima semana, está marcada uma manifestação nacional em Brasília. Caravanas devem sair de Belo Horizonte, Ouro Preto e Juiz de Fora para participar do ato, diz o Sindifes.

A reivindicação inicial dos grevistas era de reajuste salarial de 27,3%, relativo à reposição de perdas com a inflação. A proposta do governo, porém, foi de um reajuste de 21,5% dividido em quatro anos. Assim, a categoria fez uma contraproposta, disposta a negociar esse percentual de aumento, se o período fosse reduzido para dois anos.

Mas o governo, novamente, não aceitou a contraproposta, e apresentou uma outra, mantendo o reajuste de 21,5% em quatro ano, além do reajuste do auxílio alimentação, que passaria de R$ 373 para R$ 458, e reajuste do auxílio saúde, que teria um aumento de 22% sobre o valor recebido pelo trabalhador. Os trabalhadores novamente não aceitaram.