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Funcionários da UFMG deflagram greve em protesto contra a PEC 241

Rayder Bragon

Colaboração para o UOL, em Belo Horizonte

31/10/2016 17h54

Servidores técnico-administrativos da UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), em Belo Horizonte, entraram em greve, nesta segunda-feira (31), em protesto contra a PEC 241- que limita o teto de gastos do governo federal.

O Sindifes (Sindicato dos Trabalhadores das Instituições Federais de Ensino) ainda não tem o número de adesão à greve, mas a entidade espera contar com apoio de pelo menos 80% do total de técnicos-administrativos à paralisação.

Os profissionais são servidores não-docentes responsáveis por áreas como laboratórios, bibliotecas, enfermagem e outros serviços administrativos dessas instituições. Calcula-se que 4,3 mil atuem nas unidades da UFMG.

Além da UFMG, técnicos administrativos do Cefet-MG (Centro Federal de Educação Tecnológica de Minas Gerais), da UFVJM (Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri) e do IFMG (Instituto Federal de Minas Gerais) realizam assembleias com intuito de avaliar a possibilidade de também entrarem em greve.

Conforme Neide Dantas, coordenadora de comunicação sindical do Sindifes, a categoria também quer o cumprimento de acordo, que segundo ela foi firmado em 2015, que previa um segundo reajuste salarial para janeiro de 2017. Para a dirigente sindical, os itens pactuados não foram cumpridos na íntegra.

“A primeira parte do acordo financeiro foi cumprida. Mas a gente também não sabe, se a PEC for aprovada, se esse segundo reajuste vai ser realizado. Esse acordo ainda tinha questões mais específicas. Por exemplo, a realização de seminário nacional sobre assédio moral e mudanças na estrutura da carreira. Esses temas, dentre outros, não foram cumpridos”, afirmou.

“Ainda não temos os números porque a greve se iniciou hoje. E tem locais que precisam funcionar com escala mínima, como o caso do Hospital das Clínicas [da Universidade Federal de Minas Gerais]. Nesses locais, a paralisação é bem específica”, avaliou.

Até o fechamento deste texto, a UFMG não havia se pronunciado sobre a greve.

Ocupações

Também em protesto contra a PEC 241, universitários da UFMG ocupam prédios da instituição há mais de uma semana. Além disso, eles são contra a proposta de reforma do ensino médio por meio da Medida Provisória 746.

No campus da Pampulha, em Belo Horizonte, há quatro prédios ocupados pelos manifestantes e, neles, as aulas da grade curricular não estão acontecendo. A primeira ocupação se deu há mais de uma semana.

A Escola de Arquitetura da UFMG, situada no bairro Funcionários, região centro-sul, está na mesma condição, segundo a assessoria da instituição.

Nesta segunda-feira (31), houve assembleia de alunos com indicativo de ocupação de mais três locais. Segundo nota divulgada pelas redes sociais, há intenção de ocupar os prédios da Fafich (Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas), da ECI (Escola de Ciência da Informação) e o prédio da Fale (Faculdade de Letras).  Uma reunião que será feita hoje à noite vai decidir o molde das ocupações, conforme relato publicado na internet.

A intenção dos estudantes é ficar nos locais até que a PEC 241 e a reforma do ensino médio sejam retiradas da pauta do Congresso Nacional -- a PEC está no Senado para aprovação e a MP do ensino médio já está em vigor.

Em nota sobre as ocupações, a UFMG informou reconhecer "o direito de manifestação dos estudantes e a legitimidade do movimento contrário à PEC 241, discordando, entretanto, de atitudes que venham cercear as liberdades individuais e o acesso aos espaços da Universidade".

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