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Enem começa hoje com regra clara: desrespeito aos direitos humanos não zera redação

Candidatos fazem fila em frente à Uninove, em São Paulo, durante o Enem 2016 - Bruno Santos/UOL
Candidatos fazem fila em frente à Uninove, em São Paulo, durante o Enem 2016 Imagem: Bruno Santos/UOL

Do UOL, em São Paulo

05/11/2017 00h00Atualizada em 05/11/2017 09h44

Mais de 6,7 milhões de inscritos são esperados neste domingo (5) para participar do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2017. Eles farão a prova em cerca de 12,4 mil locais espalhados por todo o Brasil. Os portões abrem às 12h (horário de Brasília) e fecham pontualmente às 13h, sem tolerância de atraso.

O segundo dia de provas acontece daqui a uma semana, em 12 de novembro (domingo).

Neste primeiro dia de prova, o candidato já vai se deparar com a redação, que gerou polêmica nos últimos dias. Após disputa na justiça, ficou decidido: o candidato que desrespeitar os direitos humanos não terá nota zero na redação automaticamente, mas poderá perder pontos.

  • Ao final da prova deste domingo, o UOL transmitirá ao vivo um debate entre professores do Curso Objetivo sobre o tema da redação e as questões de linguagens e ciências humanas. Acompanhe também no UOL a divulgação do gabarito extraoficial da prova e a correção online comentada das 90 perguntas do primeiro dia do exame.

Foi o que o STF (Superior Tribunal Federal) decidiu, e o MEC (Ministério da Educação) prometeu acatar.

Em nota, o MEC e o Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira) comunicaram que não pretendem recorrer da decisão do STF. "O MEC e o Inep entendem que os participantes do Enem 2017 precisam fazer a prova com segurança jurídica e com a tranquilidade necessária ao Exame."

Redação e 90 questões em 5 horas e meia

Além do texto argumentativo, neste domingo o candidato também vai ter que responder às provas de Linguagens, Códigos e suas Tecnologias e de Ciências Humanas e suas Tecnologias.

Ele terá, ao todo, cinco horas e meia para responder às 90 questões e fazer a redação.

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O que os professores recomendam

Professores de cursinhos entrevistados pelo UOL recomendam evitar polêmicas. "A princípio não muda nada, porque até nas orientações para os alunos a gente nunca recomendou entrar nesse tipo de assunto", disse Vinicius de Carvalho Haidar, coordenador pedagógico do Curso Poliedro.

Maria Aparecida Custódio, responsável pelo laboratório de redação do colégio e curso Objetivo, disse que a instituição vai continuar orientando seus alunos para que nas redações prevaleça o respeito aos direitos humanos, afirmando que isso independe de qualquer regra expressa em editais, seja do Enem ou de qualquer outro vestibular.

Ana Paula Dibbern, professora e coordenadora do cursinho Maximize, defende que o aluno continue seguindo a orientação básica para a redação do Enem: "um texto dissertativo, com argumentos, uma tese e que traga uma proposta de intervenção para o problema apresentado".

No ano passado, por exemplo, quando o tema era "Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil", 4.798 foram anuladas por desrespeito aos direitos humanos, segundo dados do Inep. Isso representa 5,69% das provas anuladas pelos corretores (84.236) e 0,08% do total das redações (5.881.213). 

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UOL Notícias

Detectores de metal e de pontos eletrônicos

Quase uma semana antes da aplicação do Enem, as Polícias Civis de Goiás e do Distrito Federal desarticularam um grupo que estariam se preparando para fraudar a edição deste ano do exame. O Inep, porém, diz ter preparado um forte esquema de segurança para evitar que fraudes aconteçam.

Todos os locais de prova terão em seus banheiros detectores de metal. Um aparelho de contrainteligência, chamado de Andre, capaz de identificar transmissões por pontos eletrônicos, será usado em caráter experimental. No entanto, os detalhes sobre o seu uso ainda são um mistério.

Não foram informados nem a quantidade nem onde eles serão usados por uma "questão estratégica", segundo Eunice Santos, diretora de Gestão e Planejamento do Inep, durante a apresentação do novo aparelho, em setembro deste ano.

De detectores de metal, serão 67 mil aparelhos --25 mil a menos que no ano passado. O Inep queria que fossem 90 mil detectores, mas garante que a redução foi apenas em números absolutos, já que proporcionalmente haverá mais detectores por participante. Será um detector de metal para cada 100 participantes. Em 2016, a relação era de 110 participantes por detector.

Veja as regras de segurança que você vai ter que seguir no Enem

UOL Notícias

Ainda estão em curso investigações sobre suspeitas de fraudes que teriam ocorrido em edições anteriores.

Em setembro deste ano, o Inep decidiu anular o resultado do Enem de 13 participantes que foram indiciados por fraude pela PF na operação Jogo Limpo. Dos 13 indiciados, três fizeram o Enem em 2015. Os outros dez participaram do Enem em 2016. A maioria deles, segundo o Inep, estava matriculada em cursos de medicina e odontologia em universidades federais das regiões Norte e Nordeste.

Além disso, o caso de 13 participantes suspeitos de terem fraudado o Enem em 2013 está monitorado pelo Inep.