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Quais são as profissões do futuro? Veja tendências e áreas principais

Principais tendências do futuro envolvem tecnologia e mundo virtual - Getty Images/iStockphoto
Principais tendências do futuro envolvem tecnologia e mundo virtual Imagem: Getty Images/iStockphoto

Eligia Aquino Cesar

Colaboração para UOL

12/09/2021 04h00

Se há alguns anos saber datilografia e ter um bom curso de computação com direito a certificados era pré-requisito para conseguir uma boa colocação profissional em diversas áreas, hoje tais exigências caíram em desuso. O colaborador tido como preparado para as "profissões do futuro" é aquele que consegue aliar habilidades técnicas e comportamentais.

Esses dois aspectos garantem não só sucesso nas relações com clientes e colegas de trabalho, mas também compreensão de recursos tecnológicos essenciais para o cotidiano das empresas, como afirmaram especialistas ao UOL.

"Acredito que as competências comportamentais são as características que as organizações vão pedir muito daqui em diante, tais como lidar com pressão, conciliar diferentes tipos de problemas ou ter uma visão diferente do negócio. Pensar 'fora da caixa' será cada vez mais importante", defende Genis Fidelis, que atua como gerente-executivo da empresa de recrutamento para cargos de média e alta gerência Michael Page.

Ele acrescenta ainda que conhecimentos que vão além do ensino formal, como ter contato com outras culturas e também aspectos relacionados à inteligência emocional, serão características importantes.

Mundo virtual

Já para o professor Lauro Russi, de Gestão de Pessoas da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap), a importância de tais competências anda lado a lado com a adaptação ao mundo virtual.

"Algumas competências, como capacidade em comunicação com foco maior em recursos tecnológicos do que presencialmente, abrangem as principais profissões do futuro", explica ele, que vê o empreendedorismo como uma forte tendência de mercado atrelada não só à criatividade, mas também a uma grande capacidade de inovação.

Ele opina ainda que o trabalho em equipe, algo considerado essencial ao bom profissional desde os primórdios, continua muito importante, mas com as devidas adaptações aos tempos atuais. "Se já não é fácil no modelo presencial, no modo colaborativo e virtual é mais desafiador ainda", pontua.

Fidelis vê que, além de as posições voltadas para o segmento digital, aquelas que são ligadas a metodologias de trabalho diferenciadas também estão em evidência. "Exigir do profissional que ele seja menos enquadrado em uma área, e mais multifacetado, é uma forte tendência", avalia o consultor.

Eles veem as companhias focadas no consumidor com força para crescer muito nos próximos anos, algo que pode ser notado durante a pandemia, período no qual muitas empresas precisaram se reinventar para atender à demanda de consumo online gerada pelo isolamento social.

Profissões do futuro

É importante salientar que estimar uma faixa salarial para as profissões do futuro, assim como nomeá-las, é uma tarefa árdua, já que muitas delas ainda não existem, assim como fatores como o cenário do momento e a quantidade de colaboradores aptos a trabalhar nesses setores influenciam nessas informações.

Ao passo que profissões com forte apelo tecnológico estarão cada vez mais em alta, aquelas que insistirem em não se adaptar a essa nova realidade tendem a desinteressar não só aos futuros profissionais, mas também aos consumidores, o que pode levar muitas delas a desaparecerem.

"Um bom exemplo disso são aquelas profissões que insistem na prestação de serviço no modelo presencial, o que, a princípio, pode gerar resistência por boa parte da população", diz Russi.

"Não vou dizer que todos recusam esse tipo de serviço, porque de acordo com a faixa etária poderá haver uma preferência ou persistência pelo modelo presencial, mas, de maneira geral, são as profissões que se recusarem a entrar nesse processo de renovação que estarão em baixa."

Ele orienta que o aluno deve ter clareza na hora de escolher se deve investir no ensino técnico ou superior, visando sempre qual é o objetivo dele ao pensar em seguir determinada carreira.

"Se o profissional vai atuar mais num nível operacional, talvez um curso técnico preencha esse requisito, mas, se, por exemplo, pretende trabalhar dentro de uma área de tecnologia de comunicação, de um modo mais estratégico, é recomendável que faça um curso superior", afirma.

Algumas profissões e áreas de atuação podem ser vistas como profissões do futuro de acordo com algumas tendências. São elas, segundo os especialistas:

Tecnologia da informação - Área da informática na qual o colaborador realizará atividades e soluções por meio de hardware, software, redes e bancos de dados.

Profissionais de marketing e vendas - Criam estratégias visando ter um posicionamento de marca positivo e também pensando em relações de consumo, o que inclui tornar atraentes produtos e serviços para o público, aumentando, assim, as vendas.

Área de saúde - A pandemia mostrou a importância desses profissionais não só nos cuidados diretos dos pacientes, mas também como estudiosos e especialistas em desenvolvimento de vacinas ou medicamentos de prevenção de epidemias, envolvendo saúde física e mental —ou seja, em qualidade de vida.

Engenharia - Aqui, Russi destaca que haverá procura por especialistas da área em meios digitais que saibam utilizar os recursos já existentes, realidade aumentada, inteligência artificial, big data e internet das coisas.

Meio ambiente e sustentabilidade - Num mundo no qual a preservação da natureza é cada vez mais vital para a sobrevivência da humanidade, as colocações nessa área tendem a crescer na gestão de resíduos, reciclagem e energia renovável.

Educação - O que se vislumbra é uma "digitalização" maior na área da pedagogia e na transmissão de informações por meio dos professores, instrutores e consultores, que devem se adaptar cada vez mais ao modelo digital ou, ao menos, ao híbrido, que mistura aulas presenciais e remotas. Aqueles que já atuam na área devem buscar uma especialização maior em recursos digitais pensando na condução e compartilhamento de conhecimento.