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TEMA ATUAL - Janeiro/2016 Por que o Brasil não consegue vencer o Aedes aegypti?

O mosquito Aedes aegypti pode ser reconhecido pelas manchas brancas no corpo e nos membros - James Gathany/CDC
O mosquito Aedes aegypti pode ser reconhecido pelas manchas brancas no corpo e nos membros Imagem: James Gathany/CDC

Antonio Carlos Olivieri, da Página 3 Pedagogia & Comunicação

01/01/2016 07h00

Os brasileiros convivem há algumas décadas com um terrível inimigo: o mosquito Aedes aegypti, que transmite doenças graves: a dengue, a chikungunya e a febre do zika (cujo vírus, por sua vez, também tem provocado um grande número de casos de microcefalia). A epidemia parece aumentar ano a ano, apesar das inúmeras campanhas de conscientização e mutirões de combate aos criadouros dos mosquitos. Aliás, há ações que podem mesmo se mostrar contraproducentes: por exemplo, a técnica conhecida como "fumacê", que acaba gerando insetos mais resistentes aos inseticidas e larvicidas. Na coletânea de textos que informa esta proposta de redação, fica claro que o problema não se deve exclusivamente ao mosquito. Leia os textos, reflita sobre eles, some a isso os conhecimentos que você mesmo tem sobre o tema e escreva uma dissertação argumentativa, apresentando quais fatores, na sua opinião, são os principais responsáveis pela proliferação do Aedes aegypti no Brasil. Diga também como você acha que eles devem ser combatidos.

  • O Ministério da Saúde adverte

    O ministro da Saúde, Marcelo Castro, admitiu nesta segunda-feira (30/11/15) que o Brasil não combateu o mosquito Aedes aegypti, "para vencer" -o que teria levado o país enfrentar uma epidemia de zika, febre chikungunya e dengue em 2015, com mais de 1,5 milhão de casos. Castro participou de uma reunião com prefeitos de Pernambuco em Gravatá (a 80 km do Recife), Estado com maior número de casos de microcefalia.

    […]

    O ministro ainda deu um puxão de orelha nos gestores pernambucanos por cobrarem mais recursos. "Não é só falta de dinheiro, é também má gestão, desvio de recursos, gente inescrupulosa fazendo miséria com dinheiro público. Nós temos que ser o máximo eficiente possível para ter moral, para ir à opinião pública de maneira enfática pedir mais recurso. Mas para isso a sociedade precisa saber que o seu dinheiro será bem aplicado", afirmou.

    [UOL Ciência e Saúde]

  • Derrota por 7 X 1

    Como podemos destacar o papel do poder público no combate ao mosquito, já que essa epidemia não é uma coisa nova? Onde está o erro?

    O erro está no modelo de desenvolvimento econômico que o brasil adotou há 500 anos. Não é um erro do gestor atual, mas deste processo de desenvolvimento econômico, que privilegia o crescimento urbano acelerado e desorganizado sem o devido suporte dos instrumentos necessários para atender a população, como, por exemplo, coleta regular de resíduos sólidos, fornecimento de água de modo regular para consumo doméstico e a própria distribuição geográfica de vários espaços.

    No combate ao Aedes aegypti, a educação da população também é um fator a ser explorado?

    Sim, mas não a educação de ensino regular. Veja só, se você andar pela rua, vai cansar de ver gente jogando latinha fora do lixo. Enquanto persistir isso, não tem solução. A gente tem que se conscientizar. O brasileiro tem isso de se apegar a ilusões, só que a realidade nos confronta. Sabe o jogo do Brasil com a seleção alemã, o 7 a 1? Então. Nós estamos brincando de controlar o Aedes aegypti nesses trinta anos que tem dengue no Brasil. Tem todo esse tempo e nós estamos perdendo de 7 a 1 na luta contra esse mosquito. Nós estamos usando uma estratégia que não está dando certo. É claro que uma coisa ou outra, prefeito A ou prefeito B, uma greve na coleta do lixo, enfim, podem contribuir para a situação. Mas, para além disso temos que refletir o que está no cerne da questão, se é que queremos resolver o problema.

    [Entrevista do Dr. Rivaldo V. Cunha, diretor da Fiocruz em MS]

  • Dificuldades do combate

    O que é feito para eliminar o mosquito?

    A maior parte dos criadouros são encontrados em residências. Por isso, campanhas de conscientização da população costumam ser feitas em períodos de chuva. Além disso, agentes sanitários visitam imóveis para encontrar focos de larvas do inseto e exterminá-las com larvicidas e inseticidas mais potentes do que os vendidos no mercado. Entrar em imóveis particulares é um complicador, segundo o infectologista Kleber Luz, professor do Instituto de Medicina Tropical do Rio Grande do Norte. Muitos moradores não permitem a entrada dos funcionários públicos com medo de serem falsos agentes prontos para um assalto.

    É possível erradicar o Aedes aegypti do país?

    "Hoje consideramos impossível erradicar o Aedes aegypti. O programa de erradicação se tornou inviável. A ideia agora é manter a quantidade de mosquitos a níveis seguros para impedir a transmissão de doenças", afirma Valle. A bióloga diz que a adoção de fumacês, por exemplo, gera mosquitos mais resistentes. "Hoje, levamos de 20 a 30 anos para desenvolver um inseticida e, em dois anos, ele perde sua eficácia por causa do uso abusivo."

    O que pode ser feito para reduzir o número de mosquitos?

    O país vem buscando usar as novas tecnologias para combater o mosquito. A maior aposta é o uso de mosquitos Aedes aegypti transgênicos, ou seja, cujo genoma é modificado em laboratório e "pode promover uma população de mosquitos estéreis", ressalta Arruda, da Sociedade Brasileira de Infectologia.

    [UOL Ciência e Saúde]

  • Observações

    Seu texto deve ser escrito na norma culta da língua portuguesa;

    Deve ter uma estrutura dissertativa-argumentativa;

    Não deve estar redigido sob a forma de poema (versos) ou narração;

    A redação deve ter no mínimo 15 e no máximo 30 linhas escritas;

    De preferência, dê um título à sua redação.

    Envie seu texto até 25 de janeiro de 2016.

    Confira as redações avaliadas a partir de 1 de fevereiro de 2016.

Os textos publicados antes de 1º de janeiro de 2009 não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica foram aceitas até 2012.

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