Redações Corrigidas - Setembro/2019 Preservação da Amazônia: Desafio brasileiro ou internacional?
No final de agosto passado, as queimadas na floresta amazônica provocaram grande devastação, muitos debates e chamaram a atenção não só do Brasil, como também de outros países do mundo. O presidente da França se pronunciou sobre o assunto, declarando que a necessidade de proteção da floresta exige que a Amazônia receba o status de território internacional, em função de sua importância para o equilíbrio ecológico do planeta. O presidente do Brasil reagiu asperamente, classificando a proposta francesa de "colonialista" e afirmou a soberania brasileira sobre a região. Para Jair Bolsonaro, a Amazônia brasileira e deve servir aos interesses econômicos dos brasileiros, a quem cabe decidir o que proteger e o que explorar. De acordo com os conhecimentos que você tem sobre o tema, qual das duas posições lhe parece mais correta? A Amazônia deve continuar a ser brasileira ou ganhar status internacional? Por quê? A coletânea de textos que acompanha esta proposta pode fornecer subsídios para o desenvolvimento de sua redação.
Status internacional
O presidente da França, Emmanuel Macron, levantou a possibilidade de que houvesse um estatuto internacional para proteger a Amazônia. Segundo o líder francês, a proteção da floresta seria "uma questão real que se imporia se um Estado soberano tomasse medidas concretas que claramente se opusessem ao interesse do planeta".
Para Macron, o estatuto internacional "é um caminho que permanecerá aberto, nos próximos meses e anos, pois o desafio no plano climático é tal que ninguém pode dizer que 'não é problema meu'". Ainda de acordo com o presidente francês: "A mesma coisa vale para aqueles países que têm em seu território glaciares ou regiões com impacto sobre o mundo inteiro".
Em entrevista a um dos telejornais de maior audiência na França, Macron afirmou que não se deve responsabilizar o presidente brasileiro pela situação na Amazônia "de jeito nenhum". Acrescentou, entretanto, que Bolsonaro pode ser criticado por "ter apoiado projetos econômicos contrários aos interesses da floresta" e não ter sido claro em relação ao compromisso do governo com o replantio de árvores.
"Mandamos uma mensagem clara [ao Brasil]: respeitamos sua soberania, mas esse assunto diz respeito ao planeta todo. Podemos ajudá-los a reflorestar, encontrar meios para o seu desenvolvimento econômico que respeitem esse equilíbrio, mas não podemos deixá-lo destruir tudo", acrescentou o presidente francês.
Folha de S. Paulo (editado)
A Amazônia é nossa
O presidente Jair Bolsonaro, em entrevista à rádio Jovem Pan, falou sobre os riscos que o Brasil corre em não explorar ativamente a Amazônia. "A indústria da demarcação de reservas inviabiliza qualquer projeto (…) e eu vou rever isso para que indígenas e quilombolas possam vender ou explorar suas terras da maneira como acharem melhor. Eu quero explorar a região amazônica em parceria com os Estados Unidos, para não a perder". (...)
Vista do lado da Europa, que já arrebentou suas florestas, muitas décadas e até séculos atrás, a desflorestação da Amazônia é uma coisa má, não apenas por causa de questões ambientais que afetarão todo o mundo, mas porque o equilíbrio ambiental vai ficar mais caro para as empresas europeias que vão precisar comprar mais CO2.
Vista do Brasil, a coisa é diferente. Antes de ser patrimônio da humanidade, o território da Amazônia é parte integrante do Brasil. Independentemente de quem more no meio da selva, o Brasil é soberano e tem direito a dispor dela e a explorar economicamente, em conjunto com quem quiser, um recurso fantástico que é só seu por direito internacional. A soberania é inquestionável.
Se a humanidade acha que tem direitos sobre a Amazônia, não tem problema. A humanidade que pague por eles. Até porque, como dizia o humorista Max Nunes, "o Brasil precisa explorar com urgência a sua riqueza - porque a pobreza não aguenta mais ser explorada".
José Manuel Diogo (site da ISTOÉ, editado)
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