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Ábaco (2) - A origem do instrumento

Roberto Perides Moisés e Luciano Castro Lima, Especial para a Página 3 Pedagogia & Comunicação

Com a invenção da base, a contagem se ampliou para os grupos. Além das unidades, contam-se, agora, os grupos de unidades. A abstração numérica se expandiu para a correspondência entre a pedrinha e o grupo.

O núcleo do pensamento da base, a abstração que precisa sempre ser lembrada para quem está contando utilizando essa técnica, é o número que constitui o agrupamento. Ele nunca aparece em lugar nenhum. Só na mente.

Se um povo decidir que a sua base é 5, todos deverão ter esse número em mente quando forem fazer as contagens. Um pastor, na contagem de seu rebanho, amontoa as pedras.

 

 

 

E indica no ábaco.

 

 

 

 

Para um povo que combinar seis como base, a mesma quantidade anterior terá representação diferente no ábaco (areia, em árabe):

 

 

 

 

O povo que combinar base sete obterá também outra representação para a mesma quantidade:

 

 

 

 

O mesmo número tem representações diferentes. Isso acontece porque a base escolhida é diferente.

A posição

O ábaco, a representação com pedrinhas na areia, também constitui uma abstração numérica. Cada risco que é feito à esquerda indica que foram feitas contagens de base à direita.

Assim, a representação feita com a base quatro no ábaco

 

 

 

indica que, à direita, foram contados dois grupos de quatro

 

 

 

E que, à direita novamente, foram contados nove grupos de quatro. Ou seja, a contagem das bases partiu originalmente de 37 unidades.

 

 

 

A posição da pedrinha é uma abstração, uma convenção coletiva que precisa ser lembrada por todo aquele que vai operar no ábaco: uma pedrinha à esquerda do risco significa que, à direita, formou-se um grupo de base pedrinhas.