REDAÇÕES CORRIGIDAS - Junho/2019 Universidade em crise: quem paga a conta?
A privatização e o aumento da desigualdade
Em 1808 o acesso ao ensino superior no Brasil era restrito apenas a homens pertencentes a famílias de alto poder aquisitivo. Quase dois séculos depois, essa restrição persiste, embora de forma mais sutil. Por este fato isso, a privatização das universidades apenas contribuiria com a desigualdade.
Ingressar em uma instituição pública de ensino superior é o desejo de grande parte da população, todavia, não é uma tarefa simples, a começar pelo fato de que os vestibulares têm um nível de cobrança que não condiz com o conteúdo programático da maioria das escolas de ensino básico.
Tal fenômeno ocorre porque o investimento no ensino superior é maior em comparação ao nível básico. Famílias que possuem renda elevada podem custear escolas especializadas em preparar os estudantes para os vestibulares de alto nível, e isso deixa em desvantagem alunos de rede pública que várias vezes não possuem professores nas escolas.
Maiores investimentos no setor básico de ensino poderiam mudar drasticamente a história da educação no Brasil. Tendo em vista que, culturalmente, ingressar em uma universidade pública é mais fácil quando se tem maior quantidade de dinheiro, a privatização tornaria mais penoso o processo de graduação para a população de baixa renda, o que consequentemente aumentaria as taxas de desemprego no país.
Comentário geral
Lamentavelmente, o texto é muito fraco em termos de conteúdo, repleto de equívocos, inferências incorretas e falta de foco, sem falar que o tema foi somente tangenciado.
Competências
- 1) O autor sabe se comunicar por escrito e não comete erros de gramática. Os problemas do texto são de conteúdo.
- 2) O autor tangenciou o tema, que apresentava três modelos de financiamento da universidade, com o dinheiro público, com dinheiro público e particular, e com a sua privatização. O autor resolveu criticar a privatização, como se o tema se limitasse a isso. O desenvolvimento também deixa muito a desejar, como se verá a seguir.
- 3) O texto tem vários equívocos a começar dos históricos: em 1808 foi fundada uma escola de cirurgia na Bahia, ainda estava muito longe a criação de uma universidade, o que só aconteceria no século XX. A partir daí, o autor faz uma série de inferências inconsistentes sobre a dificuldade dos vestibulares, sobre os investimentos no curso superior ser maior do que os no curso básico, sobre a falta de professores na escola pública, mas não constrói uma linha de raciocínio que conduza a uma conclusão. Tudo o que está assinalado em vermelho é inconsistente ou equivocado.
- 4) Se não se construiu uma argumentação, não se pode falar nos mecanismos linguísticos que se usam para isso. Não resta outra alternativa senão atribuir zero a esta competência.
- 5) A conclusão é confusa e está longe de apresentar uma proposta para solução do problema.
Competências avaliadas
As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Redações corrigidas
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