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REDAÇÕES CORRIGIDAS - Março/2020 Carnaval e apropriação cultural

Redação corrigida 960

Muito além da fantasia

Inconsistente Erro Correção

Carnaval é alegria, diversão, contravenção. É o momento de se despir do maçante compromisso cotidiano das relações profissionais e se permitir sorrir e brincar. Por isso, usar fantasias, roupas coloridas, chapéus estilizados e outros adereços, que nos permitam compartilhar essa felicidade com outros cidadãos, não pode ser encarado como ofensivo ou uma apropriação indevida de uma cultura por outra.

É importante salientar, inicialmente, que as pessoas vão para as ruas para se divertir, esquecer por instantes os problemas e lutas cotidianas. Querem comida, diversão e arte para dar um sentido mais amplo a sua existência. O que prevalece nesse momento é a brincadeira, o lúdico, o entretenimento, passando ao longe a ideia de hostilizar e humilhar qualquer segmento ideológico e cultural, mesmo a cultura indígena, tão sofrida e desrespeitada, principalmente pela classe política.

Convém ressaltar que o desrespeito não advém do fato de as pessoas usarem cocares ou adereços que façam referência à cultura indígena. Ele se consolida na não aceitação da forma em que eles vivem, no preconceito contra os nativos, na hostilidade que sofrem ou sofreram, como no caso do indígena incendiado em um ponto de ônibus em Brasília, na invasão e expulsão de suas terras, no pensamento estilizado de que eles são vagabundos. Esses fatores, somados, revelam um profundo desprezo e demonstram o quanto precisamos fazer e transformar para garantir a eles uma existência digna.

Com isso, focar a atenção em fantasias de carnaval é perder tempo com polêmicas supérfluas diante do gigantesco desafio de eliminar as graves agressões sofridas historicamente. Eles precisam de respeito, reconhecimento, segurança e que seus direitos, como cidadãos brasileiros, sejam respeitados. Necessitam que o governo garanta a inviolabilidade do seu território para não se tornarem vítimas de exploradores gananciosos. Por fim, cabe aos governantes e a à sociedade civil organizada mudar o rumo dessa verdadeira tragédia para que eles não percam sua identidade.

Comentário geral

O texto só não recebe a nota máxima devido às palavras ou expressões inadequadas, que foram assinaladas em vermelho. "Contravenção", não está totalmente incorreto, pois é sinônimo de "transgressão", mas a palavra é mais usada para referir-se a ilegalidades. A citação dos Titãs ("comida, diversão e arte") é inadequada, pois "comida" propriamente dita nada tem que ver com carnaval. "Segmento ideológico e cultural" é uma expressão pretensiosa e ambígua. O autor está se referindo é a grupos étnicos e culturais. Por "pensamento estilizado", aparentemente, o autor quis dizer pensamento "estereotipado". Enfim, todos os trechos em vermelho destoam do texto, que, de resto, revela um estilo propriamente autoral. As muitas qualidades do texto não se referem só à linguagem, em todas as outras competência o autor teve um desempenho excelente, redigindo uma dissertação exemplar, em termos de argumentação, coesão e coerência textual.

Competências avaliadas

As notas são definidas segundo os critérios da pontuação do MEC
Título nota (0 a 1000)
Demonstrar domínio da norma culta da língua escrita. 160
Compreender a proposta da redação e aplicar conceito das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo. 200
Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista. 200
Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação. 200
Elaborar a proposta de solução para o problema abordado, mostrando respeito aos valores humanos e considerando a diversidade sociocultural. 200
Nota final 960

Redações corrigidas

Título nota (0 a 1000)

Os textos desse bloco foram elaborados por internautas que desenvolveram a proposta apresentada pelo UOL para este mês. A seleção e avaliação foi feita por uma equipe de professores associada ao Banco de redações.

Os textos publicados antes de 1º de janeiro de 2009 não seguem o novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa. A grafia vigente até então e a da reforma ortográfica serão aceitas até 2012.

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