Estrangeiros da USP apoiam protesto de estudantes
Os alunos estrangeiros que frequentam a USP (Universidade de São Paulo) não sabem muito bem o motivo da greve dos estudantes, mas dizem ser a favor da mobilização estudantil. Quatro alunos foram ouvidos pelo UOL nesta segunda-feira (14) e dizem nos seus países de origem protestos em universidades públicas também são comuns.
Desde 1° de outubro, a reitoria da universidade está ocupada por alunos, que pedem eleições diretas para reitor, e alguns cursos entraram em greve.
"Na França, os alunos protestam principalmente contra a privatização da universidade pública", afirma a francesa Camille Nenot, 22, que tem aulas na ECA (Escola de Comunicações e Artes). Apesar da greve decretada pelos alunos, ela diz que a sua rotina não mudou. "Eu acho o movimento justo, mas vim aqui para estudar, então ficaria chateada [caso as aulas fossem paralisadas]", disse a intercambista.
Já o colombiano Carlos Marquez, 33, gostaria que o curso de engenharia elétrica, onde ele faz pós-graduação, entrasse em greve para apoiar o movimento. "Eu acho a greve justa, porque a universidade tem que ser mais democrática. Acho que nesse caso foi um mal necessário, de outro jeito a luta ficaria invisível. Mas sou contra a violência", diz Marquez, que continua a ter suas aulas na Escola Politécnica, onde um plebiscito será realizado até sexta (17) para decidir se haverá ou não uma paralisação.
O mestrando Plínio Cáceres, 27, contou que no Peru as reivindicações costumam ser por mais laboratórios, melhorias na infraestrutura e por isenção da taxa de matrícula. Ele entrou na USP no início deste ano e não sabe quais são as revindicação do movimento estudantil da USP. "Se for pelo bem-estar dos alunos, então o protesto é válido", diz.
"Uma vez ficamos com o campus [da Universidade Nacional do Altiplano] fechado por três dias. Esse tipo de movimento de fechar a entrada no campus e fazer greve também é comum lá", comentou o colega de mestrado Alan Estrada, 27, que também é peruano. Eles não tiveram mudanças nas aulas da Escola Politécnica desde o início da greve geral dos alunos.
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