Após interdição, docentes da USP Leste apontam prejuízos em pesquisas
Começou hoje (9) a interdição do campus da USP (Universidade de São Paulo) na zona leste, obrigado a suspender as atividades por causa de uma decisão judicial que apontou contaminação no solo do local. As aulas, previstas para recomeçarem no dia 13, vão ser transferidas para outras unidades da USP, segundo a direção.
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As aulas que serão retomadas são de reposição da greve do ano passado, que ocorreu entre setembro e outubro, em protesto contra a contaminação do terreno. No último dia 16 dezembro, as aulas foram suspensas por causa de outro problema: infestação de piolhos de pombos. Segundo a universidade, a limpeza nos prédios para eliminação do problema foi concluída ontem (8), e o local já está livre da praga.
Com a interdição do campus, professores dizem que a continuidade das pesquisas científicas será prejudicada e os alunos dependentes de bolsas poderão ficar sem receber os benefícios.
A professora de ciências da natureza e gestão ambiental Adriana Tufaile, que integra a diretoria da Adusp (Associação dos Docentes da USP), disse que o maior problema são os experimentos que usam materiais biológicos, pois poderão ser perdidos. Em sua área de atuação, os instrumentos e equipamentos não foram transferidos para outro local. “Não existem laboratórios análogos aos nossos no campus do Butantã”, lamenta a docente.
Ontem, a congregação de professores decidiu só retomar as aulas referentes ao primeiro semestre de 2014, marcadas para começar no dia 17 de fevereiro, quando for atestada a segurança do campus pelos órgãos competentes. “Esse problema todo pode ainda afetar os calouros”.
Quanto à interdição exigida pela Justiça, a Procuradoria-Geral da USP informou que está tentando reverter a decisão. A USP Leste obteve licença ambiental de operação em novembro do ano passado, mas não fez as adequações. No dia 2 de agosto, a unidade foi autuada pela Cetesb (Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental) por descumprimento de 11 exigências. No início de outubro, um grupo de alunos ocupou o prédio da diretoria da Escola de Artes, Ciências e Humanidades para cobrar uma solução para o problema.
Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa da USP informou que "a universidade vem, ao longo dos últimos anos, desenvolvendo as ações necessárias e medidas cabíveis, segundo os ditames legais, para regularizar a situação ambiental nos termos da licença operacional da USP Leste".
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