Proposta do sindicato é impossível, diz secretário de Educação de São Paulo
O secretário de Educação de São Paulo, Cesar Callegari, disse na noite desta terça-feira (20) ao UOL que não há como atender à principal exigência dos professores em greve: um novo aumento de 15,38% a todos os docentes (ativos e inativos). A prefeitura defende que esse reajuste seja feito, por meio de bônus, apenas para os que recebem o piso.
“O governo chegou ao seu limite de condições de valorização do magistério neste ano. A folha de pagamento deste mês já tem um reajuste de 13,43% para todos os professores, coordenadores, assistentes e o quadro de apoio. Isso significa um esforço de R$ 622 milhões no orçamento da prefeitura. Temos que respeitar a lei orçamentária e não temos de onde tirar mais”, disse.
Neste terça, os professores decidiram em assembleia continuar a greve iniciada no dia 23 de abril. Durante o protesto, os docentes fecharam a avenida Paulista, a rua da Consolação e o viaduto do Chá, no centro de São Paulo.
Além do aumento de 13,43% que foi concedido neste mês, os professores pedem a incorporação de 15,38% de bônus ao salário de todos os docentes.
Esses 15,38% de aumento fazem parte de um projeto enviado pela prefeitura à Câmara dos Vereadores para aumentar o salário apenas dos professores que ganham o piso salarial –cerca de 20 mil profissionais. De acordo com o texto, os docentes que cumprem uma jornada de 40 horas semanais passariam a receber R$ 3.000 –hoje o piso é de R$ 2.600 para essa carga horária.
“Esse tipo de proposta dos sindicatos é absolutamente impossível. Eu gostaria de dar 100% de aumento aos professores, mas temos que ter a responsabilidade de pagar todas as outras contas da cidade”, afirmou Callegari.
“Não temos orçamento para fazer isso de forma alguma, mas aceitamos iniciar a discussão sobre essa incorporação no ano que vem”, disse.
Segundo o secretário, a greve fechou nos últimos dias cerca de 15 escolas da rede. Em dias de assembleia, como hoje, alunos de mais de 80 escolas foram afetados. A pasta não informa o número de unidades atingidas parcialmente pela paralisação. A rede tem 1.523 escolas.
“Estamos roucos de tanto conversar e vamos continuar tentando nos entender com as entidades sindicais. Esperamos que o movimento termine logo, com a compreensão do nosso limite orçamentário, pois já estamos começando a arriscar férias, recessos e fins de semana para cumprir os 200 dias letivos”, disse.
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