Greve na Unicamp prejudica atendimento no HC
A paralisação de funcionários da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) já prejudica a marcação de consultas e exames no Hospital de Clínicas (HC). As informações foram confirmadas nesta segunda-feira (2) pela assessoria da entidade que já espera que a situação piore nos próximos dias, caso a greve tenha maior adesão.
Maria Cristina Paolucci, mãe de uma adolescente que faz fisioterapia no hospital, notou maior movimentação de pacientes e reclamações no saguão da unidade. “Eu percebi que havia muito mais pacientes que o normal esperando atendimento e ouvi reclamações sobre demora para marcar consultas de várias pessoas”, disse.
De acordo com o STU (Sindicato dos Trabalhadores), ao menos 15% dos trabalhadores do HC e do Caim (Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher) aderiram ao protesto contra a decisão do Cruesp (Conselho de Reitores das Universidades Estaduais Paulistas) de congelar os salários dos servidores.
Segundo o coordenador do STU, João Raimundo Mendonça de Souza, as paralisações no hospital ainda são pontuais, mas prejudicam o atendimento. “A população já enfrenta dificuldades para agendamento consultas e exames, além do atendimento estar mais demorado, inclusive nas consultas. Mas nenhum tipo de procedimento foi cancelado. Entretanto, com o aumento da mobilização durante essa semana, é possível que haja suspensão dos procedimentos programados”, explicou.
Ainda segundo Souza, os funcionários de diversas áreas do hospital se organizam para parar, mas os atendimentos da urgência e emergência não serão afetados. Segundo ele, em toda a instituição, a adesão de funcionários é de 70%.
O HC da Unicamp tem 3 mil funcionários e serve de referência para ao menos seis milhões de habitantes, em 38 cidades da região de Campinas. Já o Caism conta com 1.200 funcionários e atende média de 9,2 mil pacientes por ano.
Docentes
A greve dos docentes da instituição completa uma semana nesta segunda-feira (2). Já os funcionários técnicos administrativos estão de braços cruzados há 11 dias.
Ao menos 60% dos professores de todas as áreas participam do movimento, segundo a Associação dos Docentes da Unicamp (Adunicamp). A adesão é maior nos institutos ligados às ciências humanas e inclui docentes dos dois colégios técnicos da instituição: o Cotuca, em Campinas, e o Cotil, em Limeira.
No total, a universidade conta com 2.000 professores e 7,8 mil técnicos administrativos. Nesta segunda-feira, a biblioteca e o restaurante funcionaram normalmente, segundo a assessoria de imprensa da universidade.
Entre as reivindicações dos grevistas estão o reajuste de 10% nos salários, equiparação de piso salarial dos servidores técnicos administrativos ao de profissionais que atuam na USP e Unesp, mais vagas em creches, transporte gratuito para todos que usam os campi, além de melhorias.
Segundo o Cruesp, o reajuste zero nos salários ocorreu por causa do alto nível de comprometimento de orçamento com folha de pagamentos. Além disso, os reitores das três universidades queriam adiar a discussão sobre o reajuste salarial para setembro.
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