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Opinião: Enem criou caminho próprio e virou influência para vestibulares

Professores dão dicas do que esperar e como encarar a 2ª prova

UOL Notícias

Gabriela Fujita

Do UOL, em São Paulo

06/11/2017 04h00

Com 6,7 milhões de inscritos, a edição 2017 do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) teve neste domingo (5) a realização de sua primeira fase, com redação, ciências humanas e linguagens. Ao comentar as características das provas, os professores do curso Objetivo Tom Carvalho, de geografia, e Artur Favaro Lucchesi, de história, qualificaram o Enem como “o maior vestibular de que se tem conhecimento”, durante transmissão ao vivo do UOL.

Para alguns estudantes, especialmente os que passam por este tipo de avaliação pela primeira vez, o Enem até pode ser encarado como uma “abertura da temporada” de provas classificatórias que vão de novembro a janeiro, mas os professores entendem que o sentido do Exame vai bem além de ser um teste preparatório para os principais vestibulares do Brasil.

“O Enem tem uma autonomia tão grande e uma importância tão grande que, na verdade, ele acabou se impondo, ao longo do tempo, como um padrão para as demais provas”, afirma Carvalho. “Eu vi a transição de vários vestibulares tradicionais, inclusive da Fuvest e o da Unesp, mudando em função daquilo que o Enem propunha. Acredito que o Enem cria um caminho próprio e influencia muito os outros vestibulares”, ele diz.

Terminada a primeira fase, os estudantes têm os próximos dias para se concentrar nos testes da segunda etapa -- matemática e ciências da natureza --, que serão aplicados no próximo domingo (12).

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Este ano, pela primeira vez em sua história, o Enem tem a participação na aplicação e na correção das provas da Fundação Vunesp -- responsável pelo processo seletivo da Unesp (Universidade Estadual Paulista) --, da FGV (Fundação Getúlio Vargas) e da Fundação Cesgranrio.

Mais da metade dos alunos (57,7%) já utilizam a nota do Enem para ingressar no ensino superior público do país. A prova passou a ser adotada como vestibular em 2009 e, ano a ano, conquista mais adesão entre faculdades públicas e privadas. Na rede pública, o uso é mais disseminado nas 63 universidades federais --todas usam o exame como processo seletivo ou parte dele.

“O Enem saiu da sombra de outros vestibulares e criou uma autonomia. Isso é uma coisa que dá para perceber bem e é bem chamativo”, afirma Lucchesi. “O aluno pode até tratar o exame como uma ‘abertura de temporada’, mas o Enem é uma prova totalmente autônoma, ele se faz sozinho.”

O professor de história cita, por exemplo, uma característica do Enem de não seguir “clichês”. “Em história, este ano a gente tem 100 anos da Revolução Russa, 100 anos da Greve de 1917, outros vários aniversários, como o da Reforma Luterana. São temas clichês, e o Enem não tratou de nada disso na prova.”

Abstenção de 30% no primeiro dia de provas

Assim que foi encerrado o prazo para entregar as provas deste domingo, o Ministério da Educação apresentou um balanço e afirmou que, diante do tamanho do exame, “tudo correu bem, com poucas ocorrências”.

Segundo o Inep (Instituto Nacional do Ensino Médio), a abstenção foi de 30,2% dos 6,7 milhões de candidatos inscritos, e 273 participantes foram eliminados. O índice ficou dentro da média histórica: (30% em 2016, 25% em 2015, 28% em 2014 e 29% em 2013).

Do total de eliminados (273), 264 foram por descumprimento de regras gerais do edital e nove por se negarem a passar pelo detector de metal.

  • E lembre-se: ao final da prova deste domingo (12), o UOL transmitirá ao vivo um debate entre professores do Curso Objetivo sobre as questões de ciências da natureza e matemática. Acompanhe também no UOL a divulgação do gabarito extraoficial da prova e a correção online comentada das 90 perguntas do segundo dia do exame.?

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