Estudantes da Unicamp divulgam pesquisas em calçadão de Campinas
Em meio a uma cantora gospel, artistas de rua e pregadores, dezenas de estudantes de diversos cursos da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) disputaram a atenção de quem caminhava pelo calçadão da rua 13 de Maio, o principal centro de comércio popular de Campinas.
Como parte dos protestos organizados em todo o Brasil contra os cortes na educação, os alunos organizaram um evento chamado de Ciência nas Ruas, com o objetivo de divulgar suas pesquisas científicas, no boca a boca, diretamente para a população.
Quem passou pelo principal calçadão do centro de Campinas se surpreendeu com grandes banners de pesquisas acadêmicas de diversas áreas, além de jovens que carregavam cartazes com dizeres diversos como "Você já conversou com um filósofo?", "Sabia que estatística é legal?", "Sabe para que serve uma universidade pública?", entre outros muitos de provocação ao governo Bolsonaro.
A ideia principal do evento era justamente sensibilizar o público em relação ao corte orçamentário na educação fazendo divulgação científica.
Helia Rocha, 50, mora em Campinas há mais de 25 anos e está desempregada. Gostou de descobrir a quantidade de pesquisas feitas por alunos da graduação da Unicamp.
"A população tem que conhecer isso. A Unicamp é a maior universidade pública de Campinas. O povo está aqui na [rua] 13 de Maio e não tem, normalmente, acesso a esse tipo de informação", afirmou.
Ela estava acompanha da filha, Marina Barros, 20, que faz cursinho para entrar em medicina. Ambas conversavam com um grupo de estudantes de biologia. Uma das alunas que apresentava sua pesquisa era Ana Vilela, 20. A estudante afirmou que o evento fez aproximar a universidade da população, que é quem financia as instituições públicas de ensino.
"A academia criou um abismo com a sociedade e a gente está aqui para diminuí-lo. Existe uma ideia de elitização da universidade que não é verdadeira. Cada vez mais, há pessoas de baixa renda na universidade pública, e isso incomoda", afirmou.
Para sua colega de curso, Leticia Gama, 21, o povo precisa saber da importância da pesquisa acadêmica para a sociedade.
"A população quer a cura do câncer, mas não sabe que boa parte das pesquisas em relação a isso estão sendo feitas nas universidades. É por isso que o povo precisa cobrar do governo que não corte as verbas das pesquisas", afirmou.
Em um cantinho do calçadão, abrigados sob uma árvore, três estudantes de engenharia química mostravam para quem passava por ali que os alunos da Unicamp também estão preocupados com a educação. Eles defendiam o Joule, um projeto de cursinho popular que, hoje, dá aulões de revisão.
"Queremos quebrar esse estereótipo de que o estudante universitário é vagabundo e drogado. A gente estuda muito dentro da universidade. Muitos de nós estão no limite da sanidade mental", afirmou o estudante Bruno Sabino, 21.
Em meio aos bate-papos e cartazes, alunos do curso de artes cênicas faziam apresentações instigando e provocando a população a pensar em política. Diferentemente da manifestação da manhã em Campinas, que contou com a presença de policiais, o Ciência nas Ruas não atraiu agentes da segurança pública.
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