Matemática é seu ponto fraco? Veja 5 dicas para não fazer feio no Enem 2019
Uma das matérias mais temidas, a matemática faz parte do segundo dia da prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) 2019, a ser realizado no dia 10 de novembro --o primeiro dia acontece no domingo anterior, 3 de novembro.
O exame é composto de uma redação e 180 questões, das quais 45 são da área de matemática e suas tecnologias.
As questões do exame costumam abordar situações cotidianas e valorizar a contextualização dos assuntos tratados. O uso de gráficos, imagens e tabelas de apoio é recorrente nas edições do exame.
Professores e coordenadores afirmam, no entanto, que vem havendo mudanças importantes no formato das questões do exame.
Vinicius Haidar, coordenador do Curso Poliedro, avalia que, "há alguns anos, o Enem se resolvia basicamente com interpretação de texto". "Nós esperamos que a prova fique mais conteudista a cada ano. A necessidade de o aluno saber as matérias e os conteúdos vem ficando cada vez maior."
O Enem privilegia a avaliação de competências e habilidades específicas dos candidatos, relacionadas à compreensão de fenômenos concretos, à interpretação de dados e informações, à construção de argumentos e à elaboração de propostas de intervenção.
Em busca de dicas, o UOL conversou com os professores de matemática Cicero Thiago Magalhães, do Colégio Ari de Sá Cavalcante, de Fortaleza (CE), e Mauro Munsignatti Júnior, do Cotuca (Colégio Técnico de Campinas) da Unicamp (SP).
Se tiver dificuldade em alguns dos assuntos mais cobrados, priorize estudá-los
Para ter boas chances de êxito na prova, a primeira orientação é conhecer bem os assuntos mais cobrados em anos anteriores e estudar aqueles que o candidato tem mais dificuldade.
"É comum que os estudantes tenham o hábito de estudar o que mais gostam. Isso é prejudicial, porque os torna bons no que já sabem e não resolve as deficiências que têm", afirma Cicero Thiago Magalhães.
Levantamento do Curso Poliedro indica que, entre 2014 e 2018, problemas de primeiro e segundo graus estiveram presentes em 17% das questões de matemática.
Grandezas proporcionais e médias algébricas (14%), porcentagem e matemática financeira (11%), funções (6%) e noções básicas de estatística (6%) completam a classificação dos cinco temas mais recorrentes nas provas.
Uma parte considerável dos assuntos tratados no Enem faz parte do currículo do ensino fundamental. Segundo Mauro Munsignatti Júnior, cerca de 40% das questões envolvem tópicos desse nível, "e os alunos devem dar atenção especial a essas questões, mesmo que matemática não seja a matéria preferida do candidato".
Estude temas importantes
Com base nas edições anteriores do Enem, o professor Cicero Thiago Magalhães afirma que matemática financeira --que abarca os conceitos de juros simples e compostos--, geometria plana e espacial e funções de primeiro e segundo graus devem estar presentes em cerca de 80% das questões do Enem 2019.
O professor Mauro Munsignatti Júnior destaca estatística, análise combinatória e probabilidade e geometria espacial entre os temas que merecem atenção na preparação para o exame.
Conhecer tópicos como média, mediana, moda, variância e desvio padrão são importantes para resolver questões de estatística, afirma.
Em relação à análise combinatória e probabilidade, Munsignatti Júnior diz que, "embora especialistas sempre incentivem os professores a ensinar esse assunto no ensino médio sem o uso de fórmulas, nos últimos anos questões do Enem têm apresentado nas alternativas cálculos contendo as fórmulas de combinação e arranjo, em vez do número que representa a resposta final".
A dica, portanto, é saber aplicar essas fórmulas para não ter dificuldade nessas questões.
O professor recomenda estudar, em geometria espacial, áreas e volumes dos principais sólidos geométricos (prisma, pirâmide, cilindro, cone e esfera), mas afirma que questões sobre projeção ortogonal também podem estar presentes na prova. O assunto "exige uma apurada visão espacial do aluno", diz.
Saiba dividir o tempo da prova com ciências
Especialistas afirmam que é essencial que os candidatos resolvam o maior número possível de questões de anos anteriores para se familiarizar com o estilo da prova.
Os simulados devem ser feitos nas mesmas condições que os candidatos encontrarão nos dias de prova, para permitir que os estudantes testem estratégias para controlar o tempo que terão. Essa prática aumenta as chances de os candidatos conseguirem resolver todas as questões do exame.
Além das 45 perguntas de matemática, quem prestar o Enem terá que solucionar outras 45 questões de ciências da natureza no mesmo dia.
"São cinco horas para a realização de 90 questões, o que resulta em uma média de 3m20s por questão. Para o candidato não se perder no tempo, se recomenda resolver provas de anos anteriores do mesmo estilo", diz Mauro Munsignatti Júnior.
Para o professor, a prática ajuda a "chegar à prova sabendo se é melhor começar por matemática ou por ciências da natureza e se vale a pena deixar duas horas e meia para cada uma das áreas de conhecimento ou, de acordo com as habilidades do candidato, deixar três horas para uma área e duas para outra, por exemplo".
Como lidar com questões mais trabalhosas
Cicero Thiago Magalhães avalia que o Enem tem ficado mais difícil nos últimos anos. Por isso, os candidatos devem conhecer as provas de vestibulares tradicionais, como Fuvest e Unicamp, que sempre têm questões com grau de dificuldade muito alto.
"O Enem ainda está tentando encontrar um modelo ideal de prova, e há uma tendência conteudista. Às vezes, meus alunos dizem que as questões da Fuvest não têm o mesmo foco do Enem. Não é bem assim", afirma.
Ter contato com questões mais complexas é importante para que os candidatos desenvolvam estratégias de resolução dessas questões. Professores esperam que o Enem 2019 tenha algumas perguntas que demandem mais tempo e esforço dos estudantes.
Para Mauro Munsignatti Júnior, a prova do Enem pode ter uma ou duas questões tão difíceis quanto as da segunda fase da Fuvest ou da Unicamp. "Um professor leva de 10 a 15 minutos para resolver uma questão desse tipo. Um aluno levaria ainda mais tempo."
Mais uma vez, a resolução de provas antigas é recomendada para se preparar para essas questões. "No momento da prova, se o candidato se deparar com uma questão desse nível, ele terá mais condições de decidir se vale a pena encarar a questão ou se é melhor pular e partir para a seguinte", afirma.
Prepare-se emocionalmente para a prova
O Enem e outros vestibulares costumam causar enorme ansiedade nos candidatos. O desempenho nos exames depende do domínio dos assuntos tratados nas questões, mas também está relacionado à performance emocional dos candidatos.
"O efeito psicológico é um fator decisivo nessas provas", diz Cicero Thiago Magalhães.
Ao longo dos meses que antecedem o Enem, os candidatos devem planejar seus estudos e manter a rotina mais disciplinada possível. Esse tipo de preparação ajuda a diminuir o estresse que costuma surgir nas vésperas do exame.
Nos dez dias que antecedem a prova, o professor Cicero recomenda não tentar resolver mais questões de matemática. Para ele, é o momento de "ganhar motivação para a prova".
Uma alternativa para manter o contato com os assuntos de matemática, sem a mesma cobrança dos meses de preparação intensa, é checar soluções de questões de provas antigas, mesmo que o candidato já tenha resolvido questões parecidas antes.
"O autor pode ter uma resolução diferente da sua", afirma. Eventualmente, o aluno pode se deparar com formas mais simples e diretas de resolver as perguntas de matemática.
Calendário do exame
As inscrições para o Enem deste ano já se encerraram. Neste ano, houve um aumento de 3,7% na taxa de inscrição, que passou de R$ 82 para R$ 85. O pagamento pode ser feito em agências bancárias, casas lotéricas e agências dos Correios, até o dia 23 de maio.
O cronograma do Enem 2019 prevê a aplicação da prova em dois domingos consecutivos de novembro (nos dias 3 e 10). O calendário completo está disponível na página oficial: https://enem.inep.gov.br.
O que é preciso saber para a prova?
1. Construir significados para os números naturais, inteiros, racionais e reais
2. Utilizar o conhecimento geométrico para realizar a leitura e a representação da realidade e agir sobre ela
3. Construir noções de grandezas e medidas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano
4. Construir noções de variação de grandezas para a compreensão da realidade e a solução de problemas do cotidiano
5. Modelar e resolver problemas que envolvem variáveis socioeconômicas ou técnico-científicas, usando representações algébricas.
6. Interpretar informações de natureza científica e social obtidas da leitura de gráficos e tabelas, realizando previsão de tendência, extrapolação, interpolação e interpretação
7. Compreender o caráter aleatório e não determinístico dos fenômenos naturais e sociais e utilizar instrumentos adequados para medidas, determinação de amostras e cálculos de probabilidade para interpretar informações de variáveis apresentadas em uma distribuição estatística.
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