Carteirinha estudantil digital será lançada na segunda-feira, diz Weintraub
Resumo da notícia
- Documento estudantil digital libera meia-entrada para shows, cinema e eventos
- ID Estudantil faz parte de ofensiva contra entidades como a UNE
- Alunos têm de ser cadastrados por suas instituições de ensino
O ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou hoje que as novas carteirinhas estudantis digitais serão lançadas na próxima segunda-feira (25). Batizada de ID Estudantil, a iniciativa foi criada por meio de uma MP (Medida Provisória) publicada pelo governo de Jair Bolsonaro (sem partido) no início de setembro.
A medida acontece em ofensiva contra entidades estudantis como a UNE (União Nacional dos Estudantes), a Ubes (União Nacional dos Estudantes Secundaristas) e a ANPG (Associação Nacional de Pós-Graduandos). O documento é a principal fonte de renda dessas organizações, que cobram cerca de R$ 35 por sua expedição.
Segundo o governo, o documento poderá ser baixado de forma gratuita pelo celular e o estudante poderá utilizá-lo para ter acesso à meia-entrada em shows, teatros, cinemas e demais atividades culturais.
"Na segunda-feira, teremos o lançamento digital do ID Estudantil, que é o aplicativo de celular para ter a carteirinha digital. Os estudantes que tiverem sido cadastrados pela instituição de ensino já vão poder acessá-la a partir dessa data. Para quem não tiver sido cadastrado, o estudante só precisa pressionar a escola para efetuá-lo", disse Weintraub.
O ministro ainda criticou quem é contra o documento. "Por que algumas pessoas são contra a carteirinha digital? Porque a UNE ganha R$ 500 milhões por ano fazendo isso", afirmou, sem explicar a origem desses números. "A gente vai quebrar mais uma das máfias do Brasil, tirar R$ 500 milhões das mãos da tigrada da UNE."
Em nota, a UNE disse que é falsa a afirmação de que a entidade arrecada R$ 500 milhões com emissão de carteiras estudantis. "Essa superestimação de valores, sem provas, é mais uma das declarações mentirosas de Weintraub e tem objetivo de perseguir, ameaçar e retaliar o movimento estudantil que tem sido peça fundamental para resistir ao projeto de desmonte da educação", diz o texto.
O ID Estudantil prevê, ainda, a criação de um banco de dados nacional dos estudantes para subsidiar a formulação, a implementação, a execução, a avaliação e o monitoramento de políticas públicas na educação.
Um conflito sobre o sigilo de dados educacionais esteve no centro da demissão do delegado Elmer Vicenzi da presidência do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), em maio. Houve desentendimento entre Vicenzi e a procuradoria do órgão sobre aspectos jurídicos envolvendo a transparência de dados de estudantes do ensino básico e superior.
O MEC informou, ainda, que está trabalhando para firmar um acordo com a Caixa Econômica Federal para a emissão gratuita da ID Estudantil física para os estudantes que desejarem.
Bolsonaro nega saída de Weintraub
O presidente Jair Bolsonaro negou na manhã de hoje que tenha intenção de tirar Weintraub do comando do MEC, como noticiado ontem pelo site Vortex. De acordo com o site, Bolsonaro teria decidido demitir os ministros Weintraub, Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo), mas não teria definido uma data para isso.
"Primeiro vamos desmentir que eu troquei três ministros", disse o presidente pela manhã na porta do Palácio da Alvorada. Ele fez questão de puxar a conversa com os jornalistas que o aguardavam. Em seguida, foi irônico. "Tenho a intenção de trocar 24 ministros, tá bom ou não?", disse ele gesticulando com uma das mãos e citando o número total de ministros de seu governo.
Bolsonaro disse que que a "intenção" da notícia era "dizer que o governo bate cabeça" e elogiou a economia e a educação no país.
"Os números dizem o contrário. A gente está bem na economia, está bem na educação, está bem na defesa, tudo foi descontingenciado. Qual a intenção disso? Se eu afundar, afunda o Brasil todo", disse.
Em entrevista à rádio Jovem Pan na manhã de hoje, Weintraub também negou que Bolsonaro pensa em tirá-lo do ministério e classificou a informação de "fake news".
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