Carlos Alberto Decotelli: 'Não tenho nenhuma competência ideológica'
O novo ministro da Educação, Carlos Alberto Decotelli, admitiu ter sido pego de surpresa com a indicação para a pasta. Indicado para a vaga ocupada por Abraham Weintraub entre abril de 2019 e junho de 2020, Decotelli diz não ter "nenhuma competência ideológica".
"Eu estava dando aula ontem, tive aula, e fiz hoje a reunião. Fui pego de surpresa", disse Decotelli, que teve o nome publicado no Diário Oficial da União nesta tarde, em entrevista à CNN Brasil. "Não houve nenhuma fala sobre questões ideológicas, porque eu não tenho nenhuma competência ideológica. Minha formação é na área de gestão e finanças."
Decotelli esteve à frente do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) entre janeiro e agosto do ano passado. Segundo ele, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) pediu hoje para que a gestão na autarquia fosse repetida no ministério.
"O que ele pontuou foi, primeiro: fazer uma gestão voltada para a educação da sociedade brasileira, conforme o marco regulatório da educação. Em segundo lugar, fazer o melhor diálogo com as entidades representativas da educação — as universidades federais, os centros técnicos. Melhor diálogo também com entidades de classe. Todos aqueles que querem fazer o melhor pela educação brasileira. Então, diálogo, gestão e integração operacional", descreveu.
"Fui presidente do FNDE no ano passado, do início do governo até agosto, e lá apliquei gestão integrada e bom relacionamento com as entidades da educação brasileira. É isso que foi pedido: que o que foi feito no FNDE no ano passado se estenda à gestão do MEC", completou.
O novo ministro deixou claro, embora sem citar nomes, que prefere adotar um perfil menos conflituoso e mais dialógico, em oposição ao adotado antes por Abraham Weintraub.
"É o tom que eu sei fazer, vim para fazer o que eu sei fazer. O que eu sei fazer é sala de aula, é conversa, é gestão, é ajuste, é muito diálogo e construção de projetos a serem entregues para a educação. A minha prioridade será trabalho, trabalho, trabalho com gestão integrada."
Trazido para o Ministério da Educação ainda na transição, Decotelli deixou o FNDE após a saída em abril de Ricardo Vélez Rodríguez, primeiro titular da pasta.
"Eu tinha um compromisso de fazer um trabalho técnico, operacional, e à época foi demandado que eu fizesse uma mudança operacional, que foi estabelecida e aplicada, que era a reestruturação de equipes. Nessa reestruturação de equipes, eu voltei à academia", explicou.
Segundo Decotelli, o principal desafio diz respeito ao calendário educacional de 2020, bastante afetado pelos problemas causados pela pandemia do novo coronavírus, especialmente a respeito do fechamento de escolas e faculdades.
"Nós estamos agora terminando o primeiro semestre, (a prioridade é) fazer o planejamento e as etapas que são necessárias para todo o ano, aproveitando já a entrada da próxima semana, quando começa o segundo semestre, para fazer o cronograma adequado. A reabertura, já temos o aspecto levantado, vamos estudar, a integração do diálogo com o Parlamento. Tínhamos um diálogo com o Parlamento muito forte na época do FNDE, e agora estenderemos esse diálogo ao Parlamento, mas especificamente com a Comissão de Educação da Câmara e a Comissão de Educação do Senado", avaliou.
"Já estamos fazendo essa transição. Fizemos uma reunião prévia, continuaremos agora essa reunião para termos atualização e transição mais tranquilas e adequadas dentro da rapidez, da urgência que se requer em uma área tão importante como é a educação. E a educação agora, no novo normal, é conviver com a época da covid-19, com essa transição também na Saúde, de maneira simultânea. Estamos fazendo um trabalho integrado."
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