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Não podemos abrir escola só para o filho do rico, diz secretário de SP

Rossieli Soares da Silva, secretário de Educação de São Paulo - Renato Costa/Estadão Conteúdo
Rossieli Soares da Silva, secretário de Educação de São Paulo Imagem: Renato Costa/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

25/06/2020 09h11Atualizada em 25/06/2020 09h36

O secretário da Educação do Estado de São Paulo, Rossieli Soares, disse hoje que não considera a possibilidade de estipular uma data de retorno antecipada para as escolas particulares em meio à pandemia do novo coronavírus. Em entrevista para a TV Globo, Rossieli afirmou que é preciso ter cuidado para não aumentar diferenças entre sistemas de ensino.

"Não existe a possibilidade de abrir primeiro para a privada e depois para a pública. Quando abrirmos, tem que ser para todos. Já temos desigualdades sociais, dificuldades enormes, não podemos abrir a escola para o filho do rico e não abrir a escola para o filho do pobre. Precisamos ter a compreensão para não aumentar ainda mais desigualdade", afirmou.

Na entrevista, Rossieli disse que o plano de volta das escolas anunciado ontem, com previsão para começar a ser implementado no dia 8 de setembro, tem como norte garantir a seguranças de alunos, professores e de todas as famílias.

O secretário explicou que o impacto do retorno não se limita às escolas, o que leva a um planejamento integrado. "Nós temos muitos estudantes, a circulação entre cidades é elevadíssima. Quando você abre sistema universitário, por exemplo, vêm pessoas de outros estados. Quando você abre, muda a rotina e coloca tudo no transporte e em outras áreas", disse

Por isso, Rossieli acredita que o plano tem como mérito fazer uma previsão de retorno controlado, minimizando a possibilidade de novo fechamento. A primeira etapa só será colocada em prática em 8 de setembro, com 35% de lotação, caso o estado de São Paulo esteja classificado na fase amarela do Plano SP por 28 dias. Essa é a terceira no plano de flexibilização criado pelo governo estadual, depois da vermelha (restrição total) e da laranja (reabertura inicial com restrições).

"Temos preocupação com as escolas particulares, principalmente nas pequenas de bairro, mas não podemos abrir mão desta segurança. Se a gente chegar no final de julho e ver a situação melhor, podemos até reavaliar. Mas temos que olhar para a saída da pandemia, e não pensando em retorno", disse.

Rossieli retornou às atividades nesta semana após chegar a ser internado na UTI com covid-19.