Rossieli diz ser estranho juiz de 1ª instância barrar volta às aulas em SP
O secretário de Educação de São Paulo, Rossieli Soares, disse que é "estranho" um juiz de 1º grau questionar o decreto do governo estadual que autorizou a volta às aulas presenciais a partir de 8 de fevereiro. A declaração foi dada hoje em entrevista à CNN.
Para Rossieli Soares, a determinação não tem base científica. "O mundo inteiro está com volta às aulas justamente porque as escolas não são locais de transmissão", disse. "Não recebemos a notificação, mas assim que recebermos vamos entrar com recurso. A Procuradoria-Geral já está preparando isso com base nas poucas informações que temos. Por obviedade, é estranho um juíz de 1º grau questionar um decreto do governador do estado de São Paulo".
Hoje, após o anúncio de volta às aulas, a juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, do TJSP (Tribunal de Justiça de São Paulo), suspendeu o retorno das escolas públicas e privadas. Na sua argumentação, a juíza afirmou que "não havia sido elaborado um plano de ação contemplando estudo sanitário baseado em evidências técnico-científicas e dados socioeconômicos, geográficos, políticos e culturais".
O secretário ainda disse entender o receio dos professores, mas criticou a ação do sindicato. "Eles estão com uma postura que não é de negociação. Entraram com mais de 100 ações judiciais para que a volta às aulas aconteça somente com a vacina. A vacina é importante, defendemos a vacina para professores, mas é importante dizer: temos poucas doses. Infelizmente, não há previsão de vacinação para categorias que não têm prioridade. Vamos perder mais um semestre aguardando a vacinação?".
"Quando a OMS (Organização Mundial da Saúde) defendia que as aulas não poderiam voltar, o sindicato dizia: vamos fazer aquilo que a OMS fala. Pois bem, de julho pra agosto, a OMS disse: temos que priorizar a volta às aulas. Agora, o sindicato mudou de posição. Eles querem seguir a conveniência e não a ciência."
Rossieli ainda ressaltou que crianças não são foco de transmissão e que fica "difícil" explicar para a população de São Paulo por que o estado autoriza a retomada de outros setores e não o da educação. "[A escola] é a primeira que precisa ser reaberta, pela saúde e proteção das crianças, seja no aspecto alimentar ou socioemocional".
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