SP: Após recomendar suspensão de cultos, procurador defende fechar escolas
O procurador-geral de Justiça do MPSP (Ministério Público de São Paulo), Mario Sarrubbo, opinou hoje pelo fechamento das escolas durante a fase vermelha no estado para conter o novo coronavírus. A declaração ocorre um dia depois de recomendar ao governo paulista a proibição de eventos religiosos e de partidas de futebol.
Para o chefe do MPSP, o fechamento das escolas deve ser temporário até que se crie "protocolos seguros" para a realização das aulas presenciais. O funcionamento dos colégios está classificado pelo governo paulista como "serviço essencial" na fase vermelha, atualmente vigente no estado.
"Neste momento da pandemia, com os níveis de ocupação de UTIs [Unidades de Terapia Intensiva], não tenho a menor dúvida de que escolas também deveriam estar fechadas para escapar desse momento de expansão da pandemia. Temos que criar protocolos seguros e priorizar as crianças na escola. Isso nos parece algo que não podemos fugir porque devemos pensar no futuro das crianças e do Brasil e isso passa pela educação dos nossos jovens", comentou Sarrubo, em entrevista à Globo News.
O funcionamento das escolas é alvo de uma ação dos professores na Justiça contra o governo de São Paulo. Os profissionais conseguiram ontem uma decisão que veta a convocação para aulas presenciais em escolas públicas e privadas em regiões que estejam nas fases laranja e vermelha, as mais restritivas, do Plano São Paulo.
A decisão é da juíza Simone Gomes Rodrigues Casoretti, da 9ª vara da Fazenda Pública da capital, que considerou a realização das atividades nos colégios como um "atentado contra a vida e a saúde de todos".
A ação foi movida por seis sindicatos: Apeoesp, CPP, Afuse, Apase, Fepesp e Udemo (esta dos diretores de escolas). A decisão não determina o fechamento dos colégios, mas impede os funcionários filiados a essas entidades de trabalharem no ensino presencial.
O procurador-geral do MPSP não adiantou se o órgão também vai recomendar o fechamento das escolas, mas afirmou que o estado deve "fechar tudo". Um gabinete de crise foi montado para acompanhar a pandemia em São Paulo.
"Temos que fechar tudo, não só futebol e igreja, mas escolas. Quanto menor a circulação, mais estaremos protegidos e mais rapidamente sairemos da pandemia", concluiu.
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