Da carga horária a reformas: as adaptações nas escolas por causa da covid
Aulas com duas horas de duração, atividades online, reunião de pais pelo WhatsApp e reformas estruturais para receber os liberados 35% dos estudantes são medidas agora comuns na educação durante a pandemia.
Em 2020, as escolas fecharam suas portas para controlar a disseminação do coronavírus. Neste ano, redes públicas e privadas vivenciam um abre e fecha. Nesta semana, por exemplo, houve o segundo retorno presencial para salas de aula na cidade de São Paulo.
Com pouca previsibilidade, os estabelecimentos têm feito adaptações para garantir a aprendizagem dos alunos. No colégio Bandeirantes, os alunos que optaram pelo ensino presencial têm quatro aulas seguidas no mesmo dia em três vezes por semana. Antes da pandemia, a escola oferecia em média seis aulas.
Adotamos as aulas seguidas para evitar refeições na escola. Como na hora de comer é preciso tirar a máscara, isso poderia aumentar o risco de contaminação.
Mayra Ivanoff Lora, diretora pedagógica do Bandeirantes
Em vez de oferecer aos alunos as disciplinas de forma fracionadas na aula presencial, o colégio preferiu definir, a cada bimestre, um grupo de componentes curriculares. "No primeiro bimestre, o 6º ano ficou com língua portuguesa, inglês e ciências, as outras disciplinas ficaram 100% no ensino remoto. Já no segundo bimestre, eles terão aula presencial de outras disciplinas", disse a diretora pedagógica.
No colégio Santa Maria, que mantém o ensino remoto para alunos a partir do 3º ano do fundamental, a carga horária também foi reduzida. "Ficou pesado para um adolescente manter o horário regular das aulas (das 7h10 até 12h30). Então fizemos adaptações e a participação do aluno ficou das 8h até 12h e na parte da tarde ficam disponibilizadas outras atividades", explica a coordenadora pedagógica do 8º ano, Maria Cristina Forti.
Além do Bandeirantes e do Santa Maria, o Maple Bear, que tem diversas unidades pela capital, continua na oferta de ensino remoto aos estudantes. A rede de escolas possui um projeto que combina "conteúdo, materiais, metodologia e plataformas digitais", que podem ser acessadas pelos funcionários, pais e alunos.
Nas redes municipais e estaduais, a carga horária das aulas presenciais é definida por escola. Um colégio estadual da zona leste, por exemplo, está com duas horas de aulas presenciais por dia. No Centro de Mídias de São Paulo, os alunos têm horários específicos para cada aula, somando cerca de três horas diárias.
Para atender alunos em situação de vulnerabilidade, a Secretaria Estadual da Educação disse ter implementado o programa Além da Escola, que amplia a carga horária desse grupo, para apoiar a recuperação da aprendizagem.
Protocolos sanitários e reformas
Além das medidas básicas dos protocolos sanitários, as escolas particulares fizeram parcerias ao longo do ano com hospitais e também investiram em obras para melhorar a estruturar e facilitar no distanciamento dos alunos. O Santa Maria concluiu a ampliação de um corredor próximo ao refeitório para evitar que os alunos estivessem muito perto um do outro.
No Anglo SP, além dos cuidados básicos, foram instalados tapetes com água sanitária para todas as vias de acesso às dependências do colégio.
Na rede municipal, a prefeitura contratou mais de 3.000 mães para ajudar no cumprimento dos protocolos sanitários e de distanciamento. No estado, a principal medida tomada é a vacinação contra covid-19 em profissionais com mais de 47 anos. Até o dia 15, mais de 210 mil haviam recebido a primeira dose.
Comunicação com os pais
Com a pandemia e os encontros por plataformas digitais, aumentou a presença das famílias nas reuniões escolares. "Quando era presencial, meu horário ficava mais restrito e agora consigo flexibilizar mais, ajustar minha agenda à das famílias", comentou Maria Cristina Forti.
No Bandeirantes, a comunicação com os pais e responsáveis também se intensificou. As escolas públicas têm adotado o uso de WhatsApp para conversar com as famílias.
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