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Idoso volta a estudar aos 81 anos: 'Nunca é tarde para ser feliz'

Manoel Weber, que voltou a estudar aos 81 anos, em atividade na sala de aula - Reprodução/NSC TV
Manoel Weber, que voltou a estudar aos 81 anos, em atividade na sala de aula Imagem: Reprodução/NSC TV

Colaboração para o UOL, em São Paulo

11/08/2021 10h15

Manoel Weber, de 81 anos, começou a estudar recentemente na EJA (Educação de Jovens e Adultos) de Xaxim, a cerca de 520 quilômetros de Florianópolis (SC), e tem como lema uma frase: "Nunca é tarde para ser feliz, pode ter certeza".

Weber afirmou que teve dificuldades durante a infância quando chegou a ficar desabrigado devido a um incêndio. "Eu estudei três anos só, a minha mãe faleceu, dali a cinco anos queimou nossa casa e nós ficamos desarmados", disse ele, à NSC TV, afiliada da TV Globo.

Ele e a irmã precisaram parar de estudar para trabalhar e ajudar o pai com as despesas. Depois, o idoso teve filhos, continuou trabalhando e não teve a oportunidade de retornar a classe. Mesmo após anos, ele se recorde detalhadamente da época em que frequentava a escola.

"A gente morava a 4 km da escola, não existia calçado, só 'chinela'. A gente gelava tantos os pés e a professora esperava a gente com um balde d'água para lavar nossos pés e calçarmos um tamanco, imagine você", recorda.

Weber também teve filhas. Uma delas, Rosana, foi quem o incentivou a se inscrever na EJA de Xaxim. "A minha filha mais nova sempre foi de estudar, mas também com dificuldade, ela deixou de estudar para criar a família a recentemente voltou, então ela me incentivou: "Pai, vamos voltar?", conta o estudante à NSC TV.

Ele se tornou exemplo para os colegas de classe. Elogiado pela professora, Weber é um dos alunos mais participativos da instituição. "Isso dá vida a aula. Ele chama se ele tiver dúvida, dá a opinião dele. Ele tem muita vontade, aprende rápido, tem uma caligrafia muito bonita e é assíduo na escola", comenta a professora Aida Lanzarin.

"Se a gente não tem estudo nessa parte que a gente está da vida e ter que ficar perguntando tudo para os outros, não vale a pena. O que puder fazer nós mesmos, é melhor", encerra Weber.