Ministro vê indícios de fraude no FNDE: 'Atendia a interesses políticos'
Em entrevista à revista VEJA, o ministro da Educação, Camilo Santana, criticou a falta de transparência no repasse de verbas do FNDE durante o governo Jair Bolsonaro (PL), que coleciona suspeitas de corrupção.
Ele também falou sobre um relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) que rastreou o uso de verbas do MEC para obras e programas.
Há ali vários indícios de fraudes, o que uma auditoria da Advocacia-Geral da União está aprofundando a meu pedido. Para mim, ficou claro que altos recursos foram canalizados atendendo a interesses políticos.
Ministro Camilo Santana em entrevista à VEJA
O FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) é responsável por um orçamento bilionário e, desde junho de 2020, era comandado por políticos do centrão.
No governo Bolsonaro, o fundo foi alvo de uma investigação sobre suspeita de corrupção envolvendo o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e dois pastores. Eles foram presos em junho do ano passado.
Relembre as polêmicas do FNDE:
- Dois pastores sem vínculo com o MEC e o ex-ministro Milton Ribeiro foram acusados de um esquema de corrupção que priorizava prefeituras no repasse de verbas;
- Em abril de 2022, um edital do FNDE foi suspenso após propor pagar até R$ 480 mil por ônibus escolar, avaliado em R$ 270 mil;
- Em junho, um segundo edital foi suspenso após a CGU identificar potencial sobrepreço de R$ 1,59 bilhão para a compra de 10 milhões de mesas e cadeiras;
- Na época, secretários de educação afirmaram ao UOL que os repasses do FNDE eram feitos por motivação política e não por um processo técnico.
Até o ano passado, o chefe do fundo era Marcelo Lopes da Ponte, que foi indicado ao cargo pelo então ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Reportagem da Veja mostrou que Ponte se reuniu mais de 300 vezes com deputados federais e senadores no período em que trabalhava para o FNDE —parlamentares do PP marcaram presença em 127 desses encontros, enquanto a oposição em apenas quatro.
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