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Ministro vê indícios de fraude no FNDE: 'Atendia a interesses políticos'

Ministro da Educação, Camilo Santana, diz que relatório do TCU identificou "vários indícios de fraude" no FNDE, que era comandado pelo centrão desde 2020 - Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
Ministro da Educação, Camilo Santana, diz que relatório do TCU identificou 'vários indícios de fraude' no FNDE, que era comandado pelo centrão desde 2020 Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

27/01/2023 09h25Atualizada em 27/01/2023 09h52

Em entrevista à revista VEJA, o ministro da Educação, Camilo Santana, criticou a falta de transparência no repasse de verbas do FNDE durante o governo Jair Bolsonaro (PL), que coleciona suspeitas de corrupção.

Ele também falou sobre um relatório do TCU (Tribunal de Contas da União) que rastreou o uso de verbas do MEC para obras e programas.

Há ali vários indícios de fraudes, o que uma auditoria da Advocacia-Geral da União está aprofundando a meu pedido. Para mim, ficou claro que altos recursos foram canalizados atendendo a interesses políticos.
Ministro Camilo Santana em entrevista à VEJA

O FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) é responsável por um orçamento bilionário e, desde junho de 2020, era comandado por políticos do centrão.

No governo Bolsonaro, o fundo foi alvo de uma investigação sobre suspeita de corrupção envolvendo o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro e dois pastores. Eles foram presos em junho do ano passado.

Relembre as polêmicas do FNDE:

Até o ano passado, o chefe do fundo era Marcelo Lopes da Ponte, que foi indicado ao cargo pelo então ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. Reportagem da Veja mostrou que Ponte se reuniu mais de 300 vezes com deputados federais e senadores no período em que trabalhava para o FNDE —parlamentares do PP marcaram presença em 127 desses encontros, enquanto a oposição em apenas quatro.