1º dia de provas do Enem 2023 tem abstenção de 28%, diz MEC

O primeiro dia de prova do Enem 2023 teve 28,1% de abstenção, semelhante ao índice do ano passado (28,3%), segundo o Ministério da Educação.

Como foi o balanço da prova

Mais de 3,9 milhões de pessoas se inscreveram para o Enem 2023. Estas informações, divulgadas pelo ministro Camilo Santana em entrevista coletiva nesta noite, ainda são preliminares, com 98,3% das unidades apuradas.

A organização envolveu 380 mil colaboradores nos 1.750 municípios, com quase 10 mil locais de aplicação, em todo o país. O exame encerrou às 19h.

Amazonas seguiu como o estado de maior abstenção, com 44% de ausência, proporção semelhante ao do ano passado, quando houve 43,2% de ausentes. São Paulo, em meio a um problema com energia por causa de chuva, também manteve a abstenção na faixa dos 26%, como em 2022.

Conseguimos reverter a tendência dos últimos anos de reduzir a participação [dos estudantes]. O esforço que o governo fez para que os jovens possam retomar o Enem.
Camilo Santana, ministro da Educação

Segundo o ministro, ocorreram as seguintes ocorrências:

  • 4.293 candidatos foram eliminados por irregularidade, como portar equipamentos eletrônicos, papéis impressos ou sair antes do horário;
  • 905 foram afetados por problemas logísticos, como falta de energia, desastres naturais (como a chuva em São Paulo) ou problema de saúde;
  • 15 pessoas foram presas;
  • 5 celulares foram apreendidos.

Candidatos afetados pelo erro no local de prova ou por desastres naturais têm direito de fazer a prova nos dias 12 e 13 de dezembro. O prazo para solicitar reaplicação é de 13 a 17 de novembro.

"Nós queremos reafirmar que todos aqueles que, por um erro estabelecido pela empresa contratada para realização da prova, ultrapassaram o que diz o edital terão direito de reaplicação", disse Camilo. "Teve gente que resolveu fazer a prova, mesmo ultrapassando os 30 km, mas as pessoas terão que fazer o pedido e terão o direito."

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Quando o estudante solicita a reaplicação, há um campo que ele afirma que a razão para reaplicação está relacionada a distância do local de residência e o local de prova. Essa solicitação será validada pela nossa equipe de dados, porque os dois endereços constam na nossa base de dados e serão verificados se procede e, uma vez verificada a procedência, a reaplicação está assegurada.
Manuel Palácios, presidente do Inep

PF investiga vazamento de imagens da prova

A Polícia Federal foi acionada pelo Inep para investigar o vazamento de imagens da prova que foram divulgadas nas redes sociais antes das 18h30. Os candidatos só podem sair com os cadernos de prova neste horário.

As imagens circularam após o fechamento dos portões e o início da aplicação das provas. Claro que constitui delito e deve ser apurado circular imagens de uma prova, que até às 18h30 deveria permanecer restrita aos estudantes que participam.
Manuel Palácio, presidente do Inep

Segundo o ministro, os agentes investigam casos em Pernambuco e no Distrito Federal. Uma das imagens divulgadas nas redes sociais mostra a página da proposta de redação.

Volta de ditadura e conflito em Israel

Depois de três anos, o Enem voltou a ter questões que abordam a ditadura militar. Nas últimos edições, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), o exame deixou de fora o assunto — que aparecia na prova desde 2009.

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Segundo Guilherme Freitas, professor de história da Escola SEB Lafaiete, duas questões do Enem abordaram a ditadura militar. Uma delas trazia o texto do colunista da Folha de S.Paulo Élio Gaspari sobre o assassinato do jornalista Vladimir Herzog.

O exame deste ano também abordou temas sociais e citou nomes como da escritora negra Conceição Evaristo, influente na literatura brasileira. Os 3,9 milhões de inscritos respondem hoje a questões de linguagens e ciências humanas.

Os candidatos também precisam fazer uma redação. O tema proposto foi "Desafios para o enfrentamento da invisibilidade do trabalho de cuidado realizado pela mulher no Brasil".

[As questões] são elaboradas pelos professores das nossas universidades e escolas, especialistas de cada área, não tem qualquer intervenção da administração. Elas são feitas com inteira liberdade.
Manuel Palácio, presidente do Inep

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