Qual é a única letra do espanhol que não existe na língua portuguesa?

Embora semelhantes, as línguas portuguesa e espanhola apresentam diferenças no vocabulário e em expressões culturais. Uma particularidade que muitos desconhecem é que até o alfabeto possui distinções. Existe uma letra que é comum no espanhol, mas não é utilizada no português, exceto em nomes e sobrenomes, dependendo do contexto.

Quer saber qual letra é essa? Acompanhe a seguir.

Tem no espanhol, mas não no português

Em resumo, os alfabetos português e espanhol são semelhantes, compartilhando as letras a, b, c, d, e, f, g, h, i, j, k, l, m, n, o, p, q, r, s, t, u, v, w, y e z. No entanto, a letra "ñ" é exclusiva do alfabeto espanhol, originando-se como uma forma de economizar espaço em pergaminhos antigos, substituindo o uso frequente de "nn".

Na Idade Média, o dígrafo "nn" tinha o mesmo som de "ñ", e o rei Afonso X de Castela promoveu essa modificação para simplificar a língua. A utilização da letra "ñ" para representar o som equivalente a "nh" foi oficialmente reconhecida em 1492.

Em 1803, a Real Academia Española incluiu "ñ" em seu dicionário. Hoje, "ñ" tem o mesmo valor fonético que "nh" na língua portuguesa e é pronunciado como "enhe".

Exemplos da utilização de "ñ"

Baño = Banho

Campaña = Campanha

Enséñame = Ensina-me

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Español = Espanhol

Niñero/a = Babá

Piña = Abacaxi

Señor = Senhor

Sueño = Sonho

Tacaño = Avarento

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Teñir = Tingir

Caso contrário também existe

O "ç" (cê-cedilha) não é utilizado no espanhol moderno, mas é uma letra comum no português, usada em palavras como "açaí" e "coração".

No entanto, é interessante notar que o cê-cedilha teve origem no latim e foi utilizado em várias línguas romanas, incluindo o espanhol antigo. Hoje em dia, o espanhol moderno não usa o "ç", substituindo-o por "z" ou "s" dependendo do contexto.

"Até o século XIII era um só idioma (na Península Ibérica). Para se diferenciar da Espanha, Portugal começou a fortalecer toda a sua história, que foi escrita do jeito que as pessoas falavam dentro daquela fronteira de Portugal", explica Camila do Valle, estudiosa do portunhol com doutorado em lusofonia, do Rio de Janeiro.

"Foram contratados cronistas dos reis para escrever um idioma como aquele povo falava. Eles começaram a produzir uma diferenciação da língua entre o português e o que era falado na Espanha", acrescenta a estudiosa.

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*Com informações de reportagem publicada em 07/02/2014

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