Para retorno às aulas, USP Leste cerca terreno poluído
São Paulo - Para garantir o retorno às aulas na USP Leste, marcado para segunda-feira, 18, a unidade teve de cercar com tapumes de metal praticamente toda a área central da unidade - que é onde a maior parte de terras poluídas foram descartadas. Além disso, alguns dutos e bombas para extrair gases tóxicos podem ser vistos em salas do prédio, como também fica claro que há obras de instalação ainda em andamento na unidade.
O câmpus, localizado à beira da Rodovia Ayrton Senna, na zona leste da capital paulista, ficou seis meses interditado por decisão judicial em janeiro deste ano. O motivo foi a contaminação por gás metano e o descarte de terras contaminadas no câmpus. A Justiça só autorizou no mês passado a reabertura da unidade, que abriga a Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH) da universidade.
Além do cercamento do local, o terreno onde há o solo poluído recebeu grama. A professora Elizabete Franco Cruz, do curso de Obstetrícia, faz críticas à forma como a universidade foi desinterditada. "Todos nós queremos que a USP Leste seja desinterditada, mas a universidade deveria ter tirado a terra contaminada e, consequentemente, esse tapume", afirma. "A USP deveria ter sido mais ágil e avançado mais no processo de combate à contaminação do tereno."
O reitor da USP, Marco Antonio Zago, esteve na Câmara Municipal de São Paulo para falar da situação do câmpus neste semana. Ele falou à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga áreas poluídas na cidade e reafirmou que a responsabilidade pelo descarte das terras foi do ex-diretor Jorge Boueri.
O ex-diretor responde a uma sindicância interna na universidade e o Ministério Público também investiga sua atuação na autorização do descarte. Ele não foi encontrado para comentar.
A promotoria ainda investiga se parte desse material saiu do terreno onde foi construído o Templo de Salomão, no Brás, da Igreja Universal. Nesta semana, cerca de 50 alunos da EACH fizeram manifestação no local. Na terça-feira, 19, vereadores que fazem parte da CPI prometem fazer uma diligência na unidade.
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