Em nova assembleia, professores da UnB confirmam fim da greve na universidade
Os professores da UnB (Universidade de Brasília) decidiram nesta sexta-feira (24) sair definitivamente da greve nacional. Na semana passada, uma outra votação já havia sido feita e determinou o fim do movimento. No entanto, uma nova assembleia foi convocada para hoje, após protestos de docentes que não teriam sido avisados de que a greve estaria em pauta na reunião da última semana.
Segundo a ADUnB (Associação de Docentes da UnB), 478 professores votaram a favor do fim da greve e 445, contra. A decisão está sendo questionada por um grupo de docentes e estudantes que discorda da forma como foi conduzida a votação.
“A votação gerou desconfiança devido ao número divergente de participantes [votantes]”, disse Sadi Dal Rosso, professor do curso de sociologia, referindo-se ao número anunciado inicialmente de 870 votantes, depois atualizado para 923. “Isso cria um mal-estar muito grande. Eu lamento tudo isso.”
Para Luiza Oliveira, da Associação Nacional de Estudantes Livres, o fim da greve decidido em assembleias que geram contestações leva a uma série de suspeitas. A estudante disse que a decisão tomada hoje de encerramento da paralisação não representa o desejo da maioria dos docentes. “O resultado não expressa o sentimento dos professores nem da UnB”, disse ela.
Durante a assembleia, dois alunos vestidos de palhaço ocuparam o espaço no teatro de arena, no qual ocorria a votação, e fizeram uma encenação crítica. Para os estudantes, o fim da greve está sendo discutido por professores que não podem falar por toda a categoria. A tensão e o tumulto dominaram a maior parte do tempo das discussões e da votação em si.
Na última terça-feira (21), professores ocuparam a sede da ADUnB, no campus da instituição. O prédio foi invadido ocupada pelo comando de greve quando a primeira vice-presidente da associação, Therèse Hofman, dava entrevista à Agência Brasil para apresentar a versão da diretoria sobre a decisão tomada na semana passada.
Andes-SN
A UnB é filiada ao Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), que recomendou a manutenção do movimento.
Com a decisão, a UnB se junta a UFC (Universidade Federal do Ceará), Unilab (Universidade da Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira), UFSCar (Universidade Federal de São Carlos), UFRGS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina) e do IFPR (Instituto Federal de Educação Profissional e Tecnológica do Paraná), além do campus de Guarulhos da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo).
Mais cedo, em nota, o MEC (Ministério da Educação) reafirmou que a negociação com os professores estava encerrada. Ontem (23), os funcionários dos institutos federais condicionaram o fim da greve ao atendimento de demandas dos docentes vinculados ao Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica).
(*Com informações da Agência Brasil)
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