Topo

Após reintegração, USP mostra reitoria com pichação e móveis quebrados

Em vistoria em prédio ocupado, foram encontrados arquivos revirados e papeis espalhados e muita sujeira - Nelson Antoine/Foto Arena/Estadão Conteúdo
Em vistoria em prédio ocupado, foram encontrados arquivos revirados e papeis espalhados e muita sujeira Imagem: Nelson Antoine/Foto Arena/Estadão Conteúdo

Cristiane Capuchinho*

Do UOL, em São Paulo

12/11/2013 08h12Atualizada em 12/11/2013 13h50

A USP (Universidade de São Paulo) realizou uma vistoria na manhã desta terça-feira (12) no prédio da reitoria que esteve ocupada por estudantes por 42 dias. Segundo a assessoria de imprensa da universidade, a situação é caótica: paredes pichadas, mesas e cadeiras destruídas, além de equipamentos quebrados. Também há muito lixo, afirmou a assessoria.

A reportagem do UOL teve acesso a apenas parte da edificação. No térreo, a reportagem constatou muita sujeira, arquivos revirados e papeis espalhados. Há muitas pichações nas paredes. Os banheiros estão muito sujos -- a USP havia cortado a água do prédio nos primeiros dias da ocupação. 

No entanto, algumas salas estavam sem pichações e com computadores e mesas preservadas. Móveis novos, comprados para departamentos que serão alocados no prédio da reitoria, ainda estavam embalados. Havia também dois pianos Stenway dentro das caixas

Segundo o diretor do DCE (Diretório Central de Estudantes) Pedro Serrano, o movimento é político e não havia danos patrimoniais na ocupação do prédio. Os primeiros estudantes que deixaram a edificação, no começo da manhã, disseram que o local estava sujo, mas não estava depredado. 

Mais sobre a USP

  • Leonardo Soares/UOL

    USP mudou bônus sabendo que não alcançaria meta de inclusão no vestibular

  • Festa na USP termina em furto e depredação

    Festa na USP termina em furto e depredação

  • Nelson Antoine/Fotoarena/Estadão Conteúdo

    Três das quatro chapas que disputam reitoria da USP são de situação

A verificação do local foi feita após a entrada da polícia -- que encontrou o prédio praticamente vazio. Um grupo de estudantes fazia vigília na entrada do campus, que fica na zona oeste de São Paulo, e avisou os colegas que estavam no prédio invadido para que não houvesse detenções. No entanto, dois manifestantes foram detidos e levados para o 93° DP (Departamento de Polícia).

Sem acompanhar a vistoria, Pedro reclamou que a polícia "poderia mostrar o que quisesse". Os estudantes só puderam entrar no prédio com a imprensa, após uma primeira verificação da universidade. 

Reintegração após 42 dias

A reintegração de posse foi feita pela Tropa de Choque da PM (Polícia Militar) no começo do dia -- por volta das 7h15, a maior parte dos policiais já havia deixado o campus. 

No prédio em que estavam os alunos funcionavam setores administrativos, como a superintendência da USP. O reitor, João Grandino Rodas, contra quem os estudantes protestavam e a quem exigiam processo de eleição direta para reitor, já estava trabalhando em outro edifício chamado de "antiga reitoria".

Histórico da greve

Os alunos da USP entraram em greve no dia 1° de outubro e ocuparam a reitoria em protesto por democracia nas eleições da universidade. Os estudantes querem que o reitor seja escolhido em um processo de eleição direta em que toda a comunidade universitária possa votar. 

As próximas eleições da universidade acontecem no dia 19 de novembro e não terão voto direto. Quatro chapas concorrem à gestão da reitoria - três delas encabeçadas por professores que integram a administração de João Grandino Rodas, o atual reitor, que mantém discrição sobre o candidato preferido.

*Colaborou Gustavo Basso