Ação policial na USP foi solicitação da reitoria, diz PM
A ação da PM (Polícia Militar) para evitar o bloqueio dos portões da USP (Universidade de São Paulo), na manhã desta quarta-feira (20), foi realizada após uma solicitação da reitoria da universidade, informou a PM em nota. Policiais usaram balas de borracha e bombas de gás para conter os manifestantes.
"Destaca-se que, antes do necessário emprego operacional da tropa, houve uma negociação de 30 minutos com os manifestantes, decorrendo dela a liberação espontânea de apenas uma das três entradas, especificamente no portão 2. A ação de foco limitada atingiu o objetivo, não havendo a necessidade de prisões e, principalmente, a ocorrência de vítimas", afirma a nota.
Representantes do Sintusp (Sindicato dos Trabalhadores da USP) afirmam que não houve negociação com a polícia e que funcionários foram atingidos com balas de borracha e estilhaços de bomba. Após o confronto, os funcionários realizaram uma assembleia e decidiram continuar a greve, que já dura mais de 80 dias.
Segundo o diretor do Sintusp, Magno de Carvalho, o ato de hoje ocorreu em resposta ao corte no pagamento dos funcionários, que já tiveram um mês descontado. Ele diz que 500 pessoas, entre funcionários, estudantes e alguns professores, participaram do protesto. Magno estima que aproximadamente 80% dos servidores da USP em todo o Estado estejam parados.
A categoria reivindica reajuste salarial, o fim da suspensão de 35% no corte na verba destinada ao ensino e à pesquisa e a contratação de professores e funcionários. Eles também são contrários à transferência dos Hospitais Universitários da instituição para a Secretaria Estadual de Saúde. "É um conjunto de coisas que vai resultar no sucateamento da universidade. A gente acha que o objetivo é sucatear para depois privatizar, o que aconteceu com o ensino fundamental e médio. Esta luta nossa é uma resistência contra este projeto", declarou Magno.
No período da tarde, funcionários e representantes da reitoria devem participar de uma audiência de conciliação no Tribunal Regional do Trabalho.
Em nota, a reitoria da USP informou que respeita o direito de greve de seus funcionários, mas que o bloqueio "afronta aos direitos de outros, entre os quais o direito de ir e vir e o de optar livremente pela participação no movimento paredista". "Por isso, a Polícia Militar foi chamada para executar as ações necessárias para desobstruir os portões", acrescenta.
"A Direção da USP reitera seu empenho em resolver o pleito de reajuste salarial dos seus servidores, não atendido até o momento em virtude de impossibilidade orçamentária. Infelizmente, a resposta intransigente do sindicato dos funcionários tem sido a promoção de atos violentos, como o bloqueio de hoje e a obstrução de prédios, em reiterada desobediência às decisões judiciais", diz a USP.
* Com informações da Agência Brasil
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