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Universidades sem verba e professores em greve: entenda a crise no PR

25.fev.2015 - Em greve, professores da rede estadual realizam manifestação em Curitiba  - Franklin de Freitas/Estadão Conteúdo
25.fev.2015 - Em greve, professores da rede estadual realizam manifestação em Curitiba Imagem: Franklin de Freitas/Estadão Conteúdo

Edgard Matsuki

Do UOL, em Brasília

27/02/2015 13h35

Com os professores de ensino fundamental, médio e superior em greve, sem aulas desde o início do ano letivo (que deveria ter começado no dia 9 de fevereiro) e com universidades ameaçando fechar as portas, a educação no Estado do Paraná enfrenta uma de suas maiores crises.

Os problemas do governador Beto Richa (PSDB) com a educação vêm desde o final da sua primeira gestão à frente do Paraná. Depois de ser reeleito em primeiro turno, Richa prometeu enxugar ainda mais a máquina pública para reverter o cenário de 2014, quando o Estado fechou com um deficit de 4,6 bilhões.

Em entrevista à "Folha", o governador assume que gastou mais do que deveria, mas nega má gestão e culpa o fraco desempenho econômico do país. "Nós fizemos a lição de casa, mas a crise nos afetou", disse.

O escolhido por Richa para colocar em prática o pacote de austeridade como secretário da Fazenda foi Mauro Ricardo Costa, que já havia trabalhado nos governos de José Serra (PSDB) em São Paulo e ACM Neto (DEM) em Salvador. De cara, o novo governo aumentou impostos e prometeu cortar benefícios de diversas áreas, inclusive na educação.

Revoltados com o “pacotaço” (que previa aumento do IPTU, IPVA e ainda mexia em benefícios dos professores, como o plano de carreira e o fundo previdenciário), sem receber salários, férias e benefícios e com corte de temporários, os professores entraram em greve no dia 9 de fevereiro.

No dia 12 de fevereiro, os docentes do Estado ocuparam a Assembleia Legislativa do Estado e conseguiram com que o “pacotaço” não fosse aprovado. Depois disso, os professores continuaram acampados na Assembleia Legislativa e fazendo reivindicações.

Em meio à crise com professores, os reitores de universidades também fizeram reivindicações. Sem dinheiro para custeio e pagamento de terceirizados, quatro universidades ameaçavam fechar as portas. O impasse foi resolvido em uma reunião no último dia 24 quando, após ter a proposta de ceder R$ 9 milhões negada, Beto Richa se comprometeu a pagar os R$ 124 milhões previsto no orçamento para as universidades.

Se a questão dos reitores foram resolvidas, a dos professores ainda está indefinida. Em reunião no último dia 26, o governo se comprometeu a pagar o que deve e reabrir turmas que foram fechadas. A maior divergência entre as partes está na questão das progressões de carreira do magistério paranaense. Uma assembleia no início da semana que vem deve decidir se os professores voltam às aulas no Paraná.