China imperial (1) - Dinastia Manchu controlava sociedade agrícola
- China antiga (1) - O Rio Amarelo e as origens da civilização chinesa
- China antiga (2) - As cinco primeiras dinastias chinesas
- China medieval - Dinastias Sui e Tang: reunificação e esplendor do império
- China imperial (2) - Colapso do sistema imperial e o advento da República
- China republicana (1) - Chiang Kai-shek e o domínio do Kuomintang
- China republicana (2) - Camponeses abrem caminho para a Revolução
- China comunista (1) - Camponeses se juntam ao movimento revolucionário
- China comunista (2) - Conflito entre China e URSS e o Grande Salto
- China comunista (3) - O Livro Vermelho de Mao e a Revolução Cultural
- China comunista (4) - Deng Xiaoping promove reformas econômicas
Nas últimas duas décadas do século 20 a República Popular da China atraiu a atenção do mundo em razão do seu acelerado crescimento econômico e intenso processo de modernização social. A China emerge como potência mundial e, segundo todas as estimativas, o país está destinado a ocupar uma posição de destaque no cenário internacional no transcurso do século 21.
O progresso e o desenvolvimento econômico e social da China estão fortemente assentados sobre o regime comunista que se estabeleceu com a Revolução de 1949. Para compreendermos a vitória revolucionária dos comunistas, bem como a China contemporânea, é imprescindível considerarmos primeiramente os períodos históricos precedentes, em que o país esteve sob domínio imperial e posteriormente sob o regime republicano.
Dinastia Manchu
Durante o período em que vigorou o sistema imperial a China era uma sociedade predominantemente agrária, permanecendo assim até as vésperas da Revolução de 1949. Ao contrário da Europa medieval, porém, a China imperial não conheceu o feudalismo, e pode-se dizer que o sistema de vassalagem e as concessões de terra em troca de serviços militares (que representavam a base do sistema feudal ocidental) sempre foram muito limitados naquele país.
A dinastia Manchu (1644-1911) representou a última fase do sistema imperial. O poder político estava fortemente centralizado nas mãos dos imperadores que se sucederam no trono: Nurhachi (1616-1625); Huang-Taiji (1625-1643); Shunzhi (1643-1661); Kangxi (1661-1722); Yongzheng (1722-1735); Qianlong (1735-1796); Jiaqing (1796-1820); Daoguang (1820-1850); Xianfeng (1850-1861); Tongzhi (1861-1875); Tzu Hsi (1875-1908), e Xuantong (1908-1912).
Os imperadores controlavam o vasto país por meio de um extenso aparelho administrativo, constituído por uma classe de funcionários recrutados segundo critérios burocráticos (chamado de sistema de exames). A estrutura econômica se baseava na produção agrícola e a sociedade chinesa era composta por uma diminuta classe de proprietários de terras e uma grande maioria de camponeses.
Estrutura fundiária
Um dos principais fatores, talvez o mais importante, para se compreender a estrutura fundiária da sociedade chinesa é entender o mecanismo social de acumulação material, que estava fortemente baseado na relação entre o serviço burocrático imperial e o investimento na compra de terras.
A classe proprietária de terras era constituída por clãs familiares. Para assegurar a propriedade da terra e aumentar a fortuna material da família era importante que algum membro do clã obtivesse um cargo oficial junto à estrutura burocrática imperial. As fortunas obtidas por meio do serviço imperial eram investidas em terras.
Em teoria, os cargos oficiais estavam abertos a todos, incluindo até mesmo os camponeses mais pobres, mas a ausência de um sistema de educação popular diminuía consideravelmente as chances daqueles que não pudessem contar com o apoio de uma família rica para custear os estudos, que exigiam muitos anos de dedicação.
Controle da mão-de-obra camponesa
Entre os funcionários burocráticos havia uma nítida distinção entre aqueles que possuíam ou não formação cultural e grau acadêmico. Os "intelectuais" formavam a classe de funcionários burocráticos que possuíam formação acadêmica (mandarins). Sendo a propriedade da terra o fator decisivo na dominação da mão-de-obra camponesa, os cargos oficiais mais importantes (que interessavam à classe de proprietários) eram justamente aqueles que diziam respeito ao controle das terras.
Além disso, o proprietário de terras dependia da burocracia imperial para a realização de benfeitorias, como grandes obras de irrigação e a construção de sistemas de controle de águas adequados, que ajudassem a obter boas colheitas.
O sistema político cumpria, portanto, a dupla função de assegurar a propriedade e de fazê-la render. Mas além de realizar essas duas funções, a burocracia imperial cumpria o papel de manter a ordem, evitando que o crescimento da população de camponeses ameaçasse os direitos de propriedade.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.