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Conflito no Paraná deixou 60 feridos, diz governo; prefeitura fala em 150

29.abr.2015 - Professores da rede estadual de ensino e servidores em greve do Paraná entram em confronto com a Polícia Militar que acompanhavam o ato em frente à Assembleia Legislativa do Estado - Giuliano Gomes/Estadão Conteúdo
29.abr.2015 - Professores da rede estadual de ensino e servidores em greve do Paraná entram em confronto com a Polícia Militar que acompanhavam o ato em frente à Assembleia Legislativa do Estado Imagem: Giuliano Gomes/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

29/04/2015 19h19

O confronto ocorrido na tarde desta quarta-feira (29) entre policiais militares e professores da rede estadual do Paraná teria deixado 60 feridos, de acordo com dados oficiais divulgados pelo governo do Paraná. O número contrasta com os 150 feridos divulgados pela Prefeitura de Curitiba.

Ao todo, diz o governo, 20 feridos são PMs e 40 são manifestantes. Desses, 37 foram encaminhados ao Hospital Universitário Cajuru, dois estão no Hospital Evangélico e um está sendo atendido no Hospital do Trabalhador, todos na capital paranaense.

Nenhum deles estaria com ferimentos graves, de acordo com o Estado. Fotos tiradas no local mostram professores com ferimentos no rosto resultantes de balas de borracha. Sete manifestantes foram presos e identificados como adeptos da tática black bloc.

O conflito desta quarta ocorreu após servidores estaduais do Paraná tentarem romper o cerco da Polícia Militar na Assembleia Legislativa. A PM reagiu com bombas de gás e balas de borracha. No local está sendo votado, a portas fechadas, o projeto de lei Paraná Previdência, do governo Beto Richa (PSDB), que modifica a previdência dos funcionários públicos estaduais.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva postou em seu perfil oficial no Facebook uma mensagem de apoio aos grevistas. "Solidarizo-me com os professores do Paraná, que foram agredidos de forma violenta pela Polícia Militar do Estado. (...) É inadmissível que o direito de manifestação seja restringido a qualquer pessoa, principalmente àqueles que trabalham pela educação de nossos jovens e o futuro do país."

Outro lado

Em nota oficial, o governo estadual culpou a ação de manifestantes mascarados. 

"As reiteradas tentativas desses manifestantes de invadir o espaço do Parlamento Estadual culminaram com a ação de defesa das forças policiais (...).  O radicalismo e a irracionalidade de pessoas mascaradas e armadas com pedras, bombas de artifício, paus e barras de ferro, utilizados contra os policiais, são responsáveis diretos pelo confronto (...). Lamentavelmente, policiais e manifestantes saíram feridos", diz o texto.

O governador Beto Richa também deu uma entrevista coletiva comentando o confronto.

"A solicitação de presença de policiais [na Assembleia] veio do Judiciário, uma determinação que nós cumprimos. A estratégia e contingente de polciiais cabe ao comando da polícia e ao Secretario de Segurança Pública. As informações que recebo é que os policiais fizeram um cordão de isolamento do prédio da Assembleia em respeito a essa instituição burocrática, que não poderia ser invadida, pois os deputados corriam risco de integridade física".
 
"Naturalmente os PMs reagiram, até para defender suas integridades físicas, uma reação até natural. Orientei o nosso secretário de Segurança que evitasse ao máximo o confronto e que ninguém saísse ferido. Esse era o nosso desejo", disse Richa.