FHC critica governo: cortar gasto com filosofia não resolve renda e emprego
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) usou o Twitter na noite de hoje para criticar a proposta de "descentralizar o investimento em faculdades de filosofia e sociologia", anunciada pelo presidente Jair Bolsonaro (PSL) e pelo ministro da Educação, Abraham Weintraub.
Segundo FHC, o governo Bolsonaro "atua destoando". "Quer reduzir gastos com filosofia e ciências sociais, como se por aí se resolvesse o que de fato conta para o povo: renda e emprego. Até quando?", escreveu.
O ex-presidente também se disse preocupado com o rumo do governo e afirmou que "as cascas de banana postas por sua gente mesmo causam mais estragos do que as oposições".
A medida anunciada pelo presidente hoje gerou polêmica e associações ligadas à filosofia e às ciências sociais, junto de outras entidades que representam setores da educação, divulgaram uma nota em que chamam de "ignorância inadmissível" a pessoas que ocupam cargos públicos as declarações dadas pelo presidente sobre duas áreas das ciências humanas.
A mudança se daria com a retirada de investimento em cursos da área de humanas, segundo o presidente, para "respeitar o dinheiro do contribuinte".
Também pelo Twitter, Bolsonaro afirmou que a medida servirá para ensinar "para os jovens a leitura, escrita e a fazer conta e depois um ofício que gere renda para a pessoa e bem-estar para a família, que melhore a sociedade em sua volta".
Segundo o Censo da Educação Superior, as universidades públicas brasileiras oferecem ao todo 72 cursos de ciências sociais, com 10.035 alunos matriculados, e 38 de filosofia, com 4.094 matrículas.
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