Enem 2021: Dados mostram a elitização do ensino superior, diz Semesp
Um levantamento mostrou que o número de alunos não pagantes inscritos no Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) caiu 77% na edição de 2021. Esses são aqueles cuja renda familiar é de até três salários mínimos.
Com isso, a quantidade de alunos que tiveram a "declaração de carência" aprovada pelo MEC (Ministério da Educação) foi de 2.822.121 inscritos a menos em relação ao ano anterior. Os dados foram organizados pelo Semesp, entidade que representa mantenedoras de ensino superior no Brasil.
Entre os estudantes com direito à inscrição gratuita porque concluíram o ensino médio em escola pública ou são bolsistas integrais em escola privada, caiu 20,8%. Resultando em 239.577 inscritos a menos. Com isso, no total, foram 3.061.698 a menos entre os mais pobres.
Por outro lado, a quantidade dos que puderam pagar a taxa de inscrição da prova cresceu 39%. Um aumento de 387.977 entre os mais ricos.
A Semesp explica que, além da crise econômica provocada pela pandemia de covid-19, há outro fator para essa mudança no perfil dos inscritos. A grande responsável seria, na verdade, a regra que impede que alunos que foram isentos do Enem 2020 e não compareceram tenham isenção no Enem 2021.
A decisão refletiu, também no total de inscritos, que caiu 46,2%. Esse é o pior resultado desde 2005.
Para o diretor executivo do Semesp, Rodrigo Capelato, os dados apontam "um desequilíbrio de oportunidades oferecidas aos estudantes de diferentes condições sociais". Segundo ele, isso contribui para o "aprofundamento da injustiça social e para o aumento da elitização no ensino superior".
"Negar isenção aos alunos carentes que faltaram ao Enem por conta do medo de contágio significa penalizar os mais pobres", disse.
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