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Após demissões, Bolsonaro diz que Enem começa a ter 'a cara do governo'

Do UOL, em São Paulo

15/11/2021 15h48

No fórum de investimentos em Dubai, nos Emirados Árabes, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) comentou a demissão em massa de mais de 30 servidores no Ministério da Educação às vésperas do Enem e disse que a prova começa a ter "a cara do governo". As demissões ocorrem em meio a denúncias de censura no conteúdo da prova.

"Começam agora a ter a cara do governo as questões da prova do Enem. Ninguém está preocupado com aquelas questões absurdas do passado, de cair um tema de redação que não tinha nada a ver com nada. É realmente algo voltado para o aprendizado", declarou o presidente.

Na última terça-feira (9) ocorreu um pedido de demissão coletiva no Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pelo Enem, em meio a denúncias de censura no conteúdo das provas. Reportagem do UOL explicou que o órgão hoje vive sua pior crise

Ao Fantástico, servidores relataram que que o diretor de Avaliação de Educação Básica, Anderson Oliveira, pediu a remoção de mais de 20 questões da primeira versão da prova deste ano. A maior parte das questões se referia a contextos sociopolíticos ou socioeconômicos — a escolha é feita a partir de um repositório de questões elaboradas por professores selecionados por edital.

Também foi relatada a presença inesperada de um policial federal no ambiente onde são elaboradas as provas, algo que os servidores entenderam como tática de intimidação.

"O Inep precisa explicar como essa pessoa foi parar lá dentro, quem autorizou a entrada, o que ele fez, que nível de controle a gente tem sobre as informações que ele acessou estando lá", disse um funcionário em entrevista à TV.

Bolsonaro disse que "o negócio é complexo" e insinuou que havia gastos excessivos com determinados funcionários.

"Não quero entrar em detalhes, mas é um absurdo o que se gastava com poucas pessoas lá. Inadmissível."