Docentes da UFABC e da Unifesp rejeitam proposta do governo e decidem manter greve
Os professores da UFABC (Universidade Federal do ABC) e da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) decidiram rejeitar a nova proposta do governo e manter a greve nas instituições. As assembleias foram realizadas nesta sexta-feira (27). Ontem (26), professores de pelo menos 12 universidades federais também rejeitaram a proposta.
Os sindicatos filiados ao Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior), o maior sindicato de professores de universidades federais, terão até as 19h da próxima segunda-feira (30) para enviar ao comando nacional de greve, em Brasília, o resultado de suas assembleias. Estão em greve 58 das 59 universidades federais. A próxima reunião com o governo está marcada para o dia 1º de agosto, às 21h.
No entanto, a decisão tomada pela assembleia da ADUFSCar (Associação de Docentes da UFSCar) não acaba com a greve na universidade imediatamente. A resolução ainda precisa ser referendada em um plebiscito, a ser realizado até a próxima terça-feira (31). Se o resultado desta votação for positivo, a associação notifica o Proifes (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições Federais de Ensino Superior), a quem está vinculado. Sair ou não da greve, explicou ao UOL Educação Luiz Carlos Gomide, diretor da ADUFSCar, depende, na verdade, de uma decisão final da federação.
A universidade do interior paulista foi a única vinculada ao Proifes que aceitou a proposta até o momento. A UFG (Universidade Federal de Goiás), a UFBA (Universidade Federal da Bahia) e a UFRB (Universidade Federal do Recôncavo da Bahia) decidiram rejeitar a oferta do governo e continuam em greve.
Além delas, professores da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), UnB (Universidade de Brasília); UFPE (Universidade Federal de Pernambuco); UFPB (Universidade Federal da Paraíba); UFRPE (Universidade Federal Rural de Pernambuco); UFPel (Universidade Federal de Pelotas), Ufes (Universidade Federal do Espírito Santo), UFRRJ (Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro), e UFU (Universidade Federal de Uberlândia) resolveram permanecer paralisados. Os sindicatos dessas instituições são filiados ao Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior).
Movimento dividido
As principais federações se dividiram em relação ao texto do governo: enquanto o Andes-SN, maior sindicato da categoria, defendeu a rejeição, o Proifes, que representa sete universidades, decidiu por sugerir aos filiados que aceitassem a proposta.
Ela inclui reajustes que variam de 25% a 40% e a antecipação da vigência do plano de reestruturação de carreiras. A alteração fez o impacto do aumento no Orçamento subir de R$ 3,9 bilhões para R$ 4,2 bilhões até 2015.
Em nota, o MEC disse que “atendeu às reivindicações principais das representações sindicais dos professores das universidades e institutos federais”. Além disso, continua, afirma que “disponibilizou cerca de R$ 4,2 bilhões para a reestruturação da carreira docente, com o objetivo de valorizar a titulação e a dedicação exclusiva. Pela nova proposta do governo federal, nenhum professor terá um reajuste inferior a 25%. E o topo da carreira atinge até 40%.”
*Com informações da Agência Brasil
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