Docentes de universidades federais aprovam indicativo de greve para junho
Os professores de universidades federais ligados ao Andes-SN (Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior) aprovaram um indicativo de greve nacional para o mês de junho. Novas assembleias estaduais irão discutir a proposta entre os dias 21 de maio e 6 de junho. A decisão final sobre a paralisação deve sair no dia 7 de junho, após reunião do sindicato em Brasília.
Segundo Luiz Henrique Schuch, vice-presidente do Andes, a reunião realizada esse final de semana em Brasília foi "ampla e representativa". "O retorno que vem das bases é de que se ampliou a mobilização e é preciso um direcionamento claro para intensificar a presença no cenário politico, já que governos tem sido duros no avanço [das negociações]", afirmou Schuch.
De acordo com Schuch, as reivindicações da categoria são divididas em quatro grandes eixos:
- reestruturação da carreira;
- valorização salarial de ativos e aposentados;
- reverter a precarização das condições de trabalho;
- garantia de autonomia universitária.
Os funcionários técnico-administrativos das instituições federais de ensino superior já estão em greve desde 17 de março.
O MEC (Ministério da Educação) informou que a carreira docente das universidades e institutos federais foi a mais contemplada nos acordos salariais referentes ao período 2013 a 2015.
"Além da aprovação do Plano de Carreira e Cargos do Magistério Federal, Lei 12.772/2012, que valorizou, principalmente, os professores com titulação acadêmica e dedicação exclusiva, todos os docentes ativos e inativos foram atendidos com mais de 25% de reajuste. O reajuste médio para o período foi de 30% a 42% para 67% dos docentes ativos e para 56% dos docentes inativos", afirmou a assessoria do órgão em nota.
Greve de 2012
Em 2012, o Andes liderou uma greve de professores que durou quase quatro meses. A greve nacional começou no dia 17 de maio e chegou a ter adesão de 58 das 59 universidades federais. A única instituição que não teve nenhuma unidade afetada pela paralisação foi a UFRN (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). Os institutos e colégios federais também tiveram as atividades paralisadas.
Na época, as negociações entre os professores e o governo foram encerradas após assinatura de acordo com a Proifes (Federação de Sindicatos de Professores de Instituições federais de Ensino Superior). O Andes-SN chegou a pedir a reabertura das negociações, mas, sem resposta, acabou finalizando a paralisação.
A Proifes foi a única das quatro entidades que representam os docentes de ensino superior que aceitaram os termos da proposta apresentada pelo governo. Além de Proifes e Andes, também participaram da greve o Sinasefe (Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica, Profissional e Tecnológica) e a Condsef (Confederação Nacional dos Trabalhadores no Serviço Público Federal).
A assessoria de imprensa do Proifes informou que a possibilidade de greve não está sendo discutida. O sindicato mantém conversas com o governo sobre o acordo de 2012. Segundo o Proifes, o acordo tem sido integralmente cumprido pelo governo, com as parcelas de reajuste sendo pagas normalmente.
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