Ideb 2011: Mercadante se reúne com Estados para discutir resultados ruins do ensino médio
O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, vai se reunir com os 27 secretários estaduais de Educação nesta terça-feira (21) para discutir os resultados do Ideb (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica) do ensino médio, que é de responsabilidade dos Estados. Este nível de ensino alcançou resultados tímidos em 2011, com a nota chegando a cair em algumas UFs.
Além de ouvir os secretários, Mercadante também pretende ganhar apoio para os planos de reestruturação do ensino médio.
Entre as propostas, estão uma maior integração com o ensino técnico, por meio do Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego), e a criação de mais escolas de tempo integral. Não se descarta uma eventual injeção de recursos em programas do ministério voltados ao ensino médio.
Durante a divulgação do Ideb 2011, o ministro também reclamou do número de disciplinas que um aluno de ensino médio tem. A ideia é tentar reformular a grade, integrando as matérias em grandes áreas.
Queda
A nota do ensino médio em nove Estados diminuiu de 2009 para 2011. São eles: Acre, Maranhão, Espírito Santo, Pará, Alagoas, Paraná, Paraíba, Bahia e Rio Grande do Sul.
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Das três etapas avaliadas pelo Ideb, o ensino médio é a que apresenta desempenho mais tímido - mesmo atingindo as metas, a ''nota'' para essa etapa sobe apenas 0,1 ponto no indicador desde 2007.
Em 2009, o Ideb para o ensino médio foi de 3,6 - com acréscimo de 0,1 ponto sobre a meta. Em 2011, o resultado foi exatamente igual a projeção. Se continuar nesse ritmo, dificilmente o ensino médio conseguirá escapar da ''nota vermelha'' na avaliação de 2013, quando tem que crescer 0,2 pontos e chegar a 3,9.
Outros sete Estados continuaram com o mesmo resultado da última avaliação. Sendo assim, apenas onze unidades da federação tiveram crescimento na nota.
Alunos precisam chegar mais cedo ao ensino médio
''O ensino médio sofre de carências que vêm se acumulando, principalmente com a população mais pobre. A falta de um padrão mínimo de qualidade também atinge essa etapa escolar'', afirma Luiz Araújo, colaborador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação. Para ele, problemas de infraestrutura, formação de professores e falta de investimentos são possíveis causas do baixo desempenho no ensino médio.
Melhorar o fluxo escolar é essencial, segundo Araújo, fazendo com que os alunos cheguem mais cedo ao ensino médio. "O ensino médio tem muitos problemas de matrículas, porque muitos alunos estão presos no ensino fundamental. As pessoas não conseguem entrar no ensino médio e, quando entram, os mais pobres também não conseguem terminar essa etapa", afirmou.
Segundo ele, muitos jovens que entram atrasados no ensino médio precisam estudar no período noturno e dividir a atenção entre escola e trabalho. Esse fato acaba interferindo na qualidade do ensino e na evolução dos indicadores de desempenho, como o Ideb. ''Não é possível um jovem trabalhar oito horas por dia e ter um bom desempenho escolar. O aluno precisa estar muito motivado e a escola tem que ser atrativa, para que o jovem fique por mais quatro horas nela e tenha bom desempenho'', disse Araújo.
Ensino médio regular - evolução entre 2009 e 2011
Unidade da Federação | Ideb 2009 | Ideb 2011 | Evolução |
Santa Catarina | 4,1 | 4,3 | 0,2 |
São Paulo | 3,9 | 4,1 | 0,2 |
Paraná | 4,2 | 4 | - 0,2 |
Minas Gerais | 3,9 | 3,9 | 0 |
Mato Grosso do Sul | 3,8 | 3,8 | 0 |
Goiás | 3,4 | 3,8 | 0,4 |
Distrito Federal | 3,8 | 3,8 | 0 |
Rondônia | 3,7 | 3,7 | 0 |
Ceará | 3,6 | 3,7 | 0,1 |
Rio de Janeiro | 3,3 | 3,7 | 0,4 |
Rio Grande do Sul | 3,9 | 3,7 | - 0,2 |
Roraima | 3,4 | 3,6 | 0,2 |
Tocantins | 3,4 | 3,6 | 0,2 |
Espírito Santo | 3,8 | 3,6 | - 0,2 |
Amazonas | 3,3 | 3,5 | 0,2 |
Acre | 3,5 | 3,4 | - 0,1 |
Pernambuco | 3,3 | 3,4 | 0,1 |
Paraíba | 3,4 | 3,3 | - 0,1 |
Mato Grosso | 3,2 | 3,3 | 0,1 |
Piauí | 3 | 3,2 | 0,2 |
Sergipe | 3,2 | 3,2 | 0 |
Bahia | 3,3 | 3,2 | - 0,1 |
Amapá | 3,1 | 3,1 | 0 |
Maranhão | 3,2 | 3,1 | - 0,1 |
Rio Grande do Norte | 3,1 | 3,1 | 0 |
Alagoas | 3,1 | 2,9 | - 0,2 |
Pará | 3,1 | 2,8 | - 0,3 |
- Fonte: MEC/Inep
Evolução por rede
Além da meta geral, o Ideb também apresenta metas separadas para as redes pública e privada. Nesse caso, a rede particular teve resultado abaixo do esperado, alcançando 5,7 pontos, quando a meta era 5,8. A rede pública ficou em cima da projeção de 3,4.
Evolução: Ideb do Ensino Médio
Rede | Ideb 2005 | Ideb 2007 | Ideb 2009 | Ideb 2011 | Projeção 2011 |
Brasil - total | 3,4 | 3,5 | 3,6 | 3,7 | 3,7 |
Brasil - estadual | 3 | 3,2 | 3,4 | 3,4 | 3,3 |
Brasil - pública | 3,1 | 3,2 | 3,4 | 3,4 | 3,4 |
Brasil - privada | 5,6 | 5,6 | 5,6 | 5,7 | 5,8 |
- Fonte: MEC/Inep
Enem por escola
Diferentemente da avaliação para os anos iniciais (1º ao 5º anos) e finais (6º ao 9º anos) do ensino fundamental, o Ideb para o ensino médio é feito de maneira amostral e, por isso, não são divulgados resultados por municípios e escolas.
Outro indicador usado para avaliar o desempenho do ensino médio é o Enem por Escola, feito com base nas notas do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).
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