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Paes rejeita tirar urgência de votação do plano de carreiras de professores

Tânia Rêgo/Agência Brasil
Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil

Do UOL, no Rio

30/09/2013 10h46

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PMDB), rejeitou retirar a urgência da votação do plano de carreiras de professores municipais em entrevista nesta segunda-feira (30). Os docentes fazem protesto na Câmara dos Vereadores desde quinta-feira (26).

Em entrevista à rádio "CBN", o prefeito disse que a urgência foi exigida pelo sindicato e rejeitou mudar o regime de votação do plano. "Essa não é uma discussão que começou ontem. Você tem acordo assinado. O sindicato exigiu 30 dias e exigiu urgência."

Paes comentou também as cenas de violência que ocorreram durante a ação da Polícia Militar para desocupar a Câmara de Vereadores, no sábado (28), retirando à força os profissionais da educação municipal que tentavam pressionar os parlamentares. O prefeito disse ser "muito triste" ver pessoas "invadindo o plenário de um parlamento": "O parlamento é a garantia de uma democracia. Há certas premissas da democracia que não podem ser feridas".

O prefeito afirmou ainda que a tática utilizada pela PM --que usou spray de pimenta, bombas de gás e balas de borracha para retirar os professores-- foi uma "consequência da desocupação".

O chefe do Executivo também criticou o Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação), classificando a postura do sindicato como "incoerente", e argumentou que a greve é marcada por um "jogo de mentiras".

"O que a gente está vendo são mentiras sobre o plano [de cargos e salários, enviado à Câmara em regime de urgência; os professores reclamam e exigem modificações]. (...) Ninguém perde com esse plano. (...) É um jogo de mentiras. Eles continuam insistindo que esse plano atende só o professor das 40 horas", declarou.

Na versão do prefeito, o plano não traz prejuízos para os professores que não aceitarem migrar para o plano de 40 horas, já que não haveria mudança em relação ao valor da hora aula. Os grevistas, por sua vez, argumenta ser inaceitável a existência de um "tratamento diferenciado" na rede municipal.

Além disso, segundo Paes, as exigências que estão na pauta do Sepe são contraditórias em relação aos acordos firmados anteriormente entre o comando de greve e o governo. O peemedebista disse que o regime de urgência, por exemplo, foi reivindicado pelo próprio sindicato no começo do paralisação. "Eles exigiram de mim a urgência. Estou tentando cumprir com o que eu acordei", afirmou.

"Se eu não mando [o projeto de lei com o plano de cargos e salários] em 30 dias e com regime de urgência, o argumento seria o de que não estava cumprindo o acordo", completou o prefeito.