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Em dia de protesto, vereadores do Rio aprovam plano de carreira docente

Juliana Dal Piva

Do UOL, no Rio

01/10/2013 18h58

Os vereadores do Rio de Janeiro aprovaram nesta terça-feira (1°) o plano de cargos e carreiras dos professores municipais (projeto de lei 442/2013). Enquanto a votação acontecia, professores e trabalhadores da educação faziam manifestação em frente à casa, no centro do Rio. 

A votação aconteceu após a oposição se retirar do plenário em protesto contra a violência da PM (Polícia Militar) na repressão ao protesto dos professores. Dos vereadores, 36 foram a favor e 3 foram contrários ao texto com emendas.  O texto vai à sanção do prefeito Eduardo Paes. 

O Sepe (Sindicato Estadual dos Profissionais de Educação do RJ) reivindicava a suspensão da votação do plano de carreira enviado pelo prefeito. O sindicato questionava o plano, entre outras coisas, por privilegiar os funcionários de 40 horas semanais.

Vídeo mostra bombas em acampamento de professores

Violência

Por volta das 16h30, um grupo de Black Blocs, infiltrado no protesto dos professores, entrou em confronto com a Polícia Militar. Eles usavam máscaras e pedaços de madeira para intimidar a PM na lateral da Câmara. A polícia respondeu com bombas de gás.

Após dispersar os manifestantes da Cinelândia com diversas bombas, o choque montou barricadas junto com cachorros nas laterais da Câmara de Vereadores. Outro grupo de policiais subiu a avenida Rio Branco em direção à Candelária, soltando bombas de gás para dispersar o maior grupo de manifestantes que caminhava naquela direção.

Professores

Segundo o site do Sepe, mais cedo um grupo de professores seguia em direção à Câmara, quando foi atingido por bombas de efeito moral e gás de pimenta. 

A professora Neide Coelho, que atua em turmas do ensino fundamental em Guaratiba (zona oeste do Rio), ficou ferida nas costas por estilhaços de uma bomba lançada pela polícia. "Eu nem vi de onde ela veio", diz.

As explosões ajudaram a dispersar o grande grupo de profissionais que se concentrava perto da avenida Rio Branco.

O Palácio Pedro Ernesto, sede da Câmara, foi totalmente isolado em um perímetro de diversos quarteirões com a instalação de grades de metal com cerca de 2,5 metros de altura. Permanece liberada somente a frente, que dá acesso para a Cinelândia.
Os acessos Santa Luzia, Convento e República do Chile da estação Cinelândia do metrô foram fechados.

Professora é atingida por estilhaços de bomba durante protesto

Greve

Os profissionais da educação da rede municipal do Rio de Janeiro decidiram nesta terça, durante uma assembleia realizada na Cinelândia, manter a greve da categoria. A próxima assembleia ficou marcada para próxima sexta-feira (4).

A paralisação, que foi retomada há dez dias, já deixou os alunos da rede pública municipal sem aulas por 45 dias. Os professores não concordam com o plano de carreira apresentado pelo prefeito Eduardo Paes à Câmara. 

Depredação na noite de segunda

Na noite de segunda-feira, um grupo de manifestantes que estava na Cinelândia, no centro do Rio, deixou a praça em direção à Lapa. No caminho, depredaram a fachada de vidro do Edifício Serrador, onde funciona a sede do grupo EBX, do empresário Eike Batista, que passa por uma grave crise financeira. Além disso, destruíram um toldo da lanchonete McDonald's e jogaram pedras em um ônibus.

Professora é atingida por estilhaços de bomba durante protesto