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Alunos presos em reintegração da USP dizem ter apanhado da PM

Suellen Smosinski

Do UOL, em São Paulo

12/11/2013 15h54

Os dois estudantes da USP (Universidade de São Paulo) presos durante a reintegração de posse do prédio da reitoria dizem ter apanhado dos policiais militares. A reintegração do prédio, ocupado há 42 dias, aconteceu na manhã desta terça-feira (12) com apoio da Tropa de Choque. 

Em depoimento no 93° DP, João Vitor Gonzaga, 27, e Inauê Taiguara Monteiro de Almeida, 23, disseram ter levado socos e chutes durante a prisão, além de terem sofrido tortura psicológica. 

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"Eles alegam que levaram socos na boca do estômago e chutes nas pernas", afirmou o delegado Celso Lahoz Garcia. Os estudantes serão encaminhados para o exame de corpo delito no IML (Instituto Médico Legal) e depois devem ser encaminhados para o 91° DP, onde ficarão presos.

Os alunos são acusados de formação de quadrilha, furto e danos ao patrimônio. Segundo a assessoria de imprensa da universidade, foram roubados equipamentos como notebooks, um celular e troféus de dentro do prédio.

A USP deve apresentar uma vistoria completa até quinta-feira (14) para anexar ao inquérito.

Prisão

No depoimento, os alunos dizem que estavam na FFLCH (Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas), onde houve uma festa durante a noite, e foram presos quando andavam em direção à reitoria e negaram participar da ocupação.

Segundo o advogado Felipe Vono, os estudantes foram detidos do lado de fora da reitoria e não há provas de que estivessem participando do protesto dentro da reitoria. 

Os advogados que representam os estudantes devem entrar ainda hoje com pedido de relaxamento de prisão na Justiça.

Reintegração após 42 dias

Após 42 dias de ocupação, a reintegração de posse do prédio da reitoria foi feita pela Tropa de Choque da PM (Polícia Militar) no começo do dia. Os policiais chegaram ao campus da Cidade Universitária por volta das 5h. 

O saguão e as salas do andar térreo do prédio apresentavam muitas pichações, vidros quebrados, e sujeira no prédio. Segundo a assessoria da USP, equipamentos eletrônicos foram destruídos ou furtados.

Os andares superiores não tinham marcas de vandalização, apenas gavetas e armários abertos. No térreo havia também dois pianos e móveis novos embalados.

Histórico da greve

Os alunos da USP entraram em greve no dia 1° de outubro e ocuparam a reitoria em protesto por democracia nas eleições da universidade. Os estudantes querem que o reitor seja escolhido em um processo de eleição direta em que toda a comunidade universitária possa votar. 

As próximas eleições da universidade acontecem no dia 19 de dezembro e não terão voto direto. Quatro chapas concorrem à gestão da reitoria - três delas encabeçadas por professores que integram a administração de João Grandino Rodas, o atual reitor, que mantém discrição sobre o candidato preferido.